Sérgio Ruck Bueno - Valor Econômico
CAXIAS DO SUL (RS) - Em meio ao agravamento da crise política, a presidente Dilma Rousseff aproveitou a cerimônia de entrega simbólica de residências do programa Minha Casa Minha Vida ontem em Caxias do Sul para fazer um desagravo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conduzido coercitivamente para depor no âmbito da Operação Lava-Jato na sexta-feira. Ela também fez uma crítica indireta ao juiz federal Sergio Moro, que determinou a medida contra Lula, e atacou a oposição, quer "antecipar a eleição de 2018" e "sistematicamente" fica "dividindo o país.
Recebida com gritos de "não vai ter golpe" e "Dilma, guerreira da pátria brasileira" por militantes do PT, do PCdoB e de centrais sindicais, a presidente afirmou que parte da crise econômica "é devida também à sistemática crise política que provocam no país aqueles que são inconformados, que perderam as eleições e que querem antecipar a eleição de 2018".
"A oposição tem absoluto direito de divergir, mas não pode sistematicamente ficar dividindo o país, porque tem certo tipo de luta política que cria um problema sistemático não só para a política mais para a economia, a criação de emprego e o crescimento das empresas", disse Dilma. O governo, ao contrário, quer sempre a unidade do país", acrescentou.
Sobre a condução coercitiva de Lula, a presidente afirmou que "não tem o menor sentido" conduzir "sob vara" pessoas que jamais se recusaram a depor, "como é o caso do presidente Lula, que nunca se julgou melhor do que ninguém". Segundo ela, também não cabe afirmar, "como disse certo juiz", que a medida serviria para proteger Lula. "Tem proteção que é muito estranha", completou.
A presidente também criticou os "vazamentos sistemáticos" que vêm ocorrendo nas investigações da Lava-Jato, pois mesmo depois de ficar demonstrado que não eles são verdadeiros, "o estrago já ocorreu". Mesmo assim, afirmou que "não podemos demonizar ninguém, pessoas e órgão de imprensa. Não podemos demonizar opinião diferente da nossa, mas temos de exigir respeito para si e dar o respeito aos outros".
Dilma defendeu os ajustes feitos pelo governo para enfrentar a crise econômica e afirmou que os cortes de gastos preservam o "mais importante", como o Minha Casa Minha Vida. "Muita gente queria que a gente acabasse [com o programa], mas não só mantivemos como vamos lançar a fase três, com mais 1,5 milhão a 2 milhões de moradias que vão se somas às mais de 4 milhões das fases um e dois.
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