• Nomes conhecidos da política serão candidatos este ano em seis dos principais colégios eleitorais do estado
Marcelo Remigio - O Globo
Velhos caciques da política vão disputar os seis principais colégios eleitorais do Estado do Rio fora da capital: São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Niterói, São João de Meriti e Campos dos Goytacazes. Quatro prefeitos tentarão a reeleição, e nas demais cidades, onde houve reeleição, os atuais prefeitos vão recorrer a nomes já conhecidos dos eleitores, evitando a escolha de candidaturas pautada pelo discurso da renovação. Juntos, os seis municípios somam quase 25% dos votos fluminenses, e pesarão em 2018 na escolha do novo governador.
Segundo maior colégio eleitoral fluminense — perde apenas para o Rio —, São Gonçalo tem entre os pré-candidatos o atual prefeito Neilton Mulim (PR) e os vereadores Dejorge Patrício (PRB), campeão de votos para a Câmara nas últimas eleições, e Marlos Costa. O PDT estuda importar um candidato. Ganha força o ex-ministro do Trabalho Brizola Neto, até então morador da Zona Sul do Rio. O PMDB desistiu de lançar um nome e vai apoiar a candidatura do deputado estadual José Luiz Nanci (PPS). PSOL e PSTU também lançarão candidaturas.
Em Niterói, o prefeito Rodrigo Neves (PV) tentará um novo mandato, enfrentando o deputado estadual Flávio Serafini (PSOL) e o ex-secretário de Saúde do estado Felipe Peixoto (PSB). Rodrigo, que foi eleito em coligação de quatro partidos, desta vez fechará aliança com 20 legendas. Ele conseguiu o apoio, inclusive, do PDT, ex-sigla de Peixoto. A costura foi um dos motivos da ida do ex-secretário para o PSB.
— Construímos uma aliança com 20 partidos e temos hoje a maioria na Câmara. Trabalhamos para vencer no primeiro turno, mas não descartamos um embate em segundo turno — afirma Rodrigo, que ampliou a base de seu governo ao ter a máquina municipal nas mãos.
Sem poder eleger um sucessor na família — a prefeita Rosinha Matheus (PR) já está no segundo mandato —, o ex-governador Anthony Garotinho lançou em Campos dez pré-candidatos indicados por partidos aliados. A estratégia é a mesma das últimas eleições municipais. A escolha é feita na reta final, evitando que siglas aliadas saiam da coligação e lancem candidatos. Na oposição, há pelo menos dez pré-candidatos. Um movimento criado por lideranças contrárias à família Garotinho defende a redução do número de candidatos com o objetivo de levar a disputa para o segundo turno.
Principal adversário político de Garotinho em Campos, o ex-prefeito Arnaldo Vianna cogita lançar sua candidatura pelo PEN, mas esbarra em problemas com a Lei da Ficha Limpa. Seu filho, Caio Vianna, é cotado para substituí-lo na disputa. O deputado Geraldo Pudim, ex-aliado de Garotinho, rompeu a aliança com a família e confirmou candidatura pelo PMDB, afiançada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani. Já o PRB aposta na popularidade do apresentador de TV Tadeu Tá Contigo, que é vereador.
— A oposição já estuda diminuir o total de candidatos. Num segundo turno, isso abriria espaço para uma aliança da oposição — diz Pudim.
Peso do mandato
Na Baixada Fluminense, dos três maiores municípios, dois terão os prefeitos em busca da reeleição: Alexandre Cardoso (PSD), em Duque de Caxias; e Nelson Bornier (PMDB), em Nova Iguaçu. Ambos apostam nos investimentos em Saúde, Educação e infraestrutura. No entanto, reconhecem o desgaste da cadeira de prefeito:
— Sou candidato, mas, se a crise financeira se agravar, mantendo atrasados os repasses, principalmente os estaduais, abrirei mão da disputa — disse Cardoso, que disputará com velhos adversários: o deputado federal Washington Reis (PMDB) e a ex-deputada federal Andreia Zito (PSDB), filha do ex-prefeito José Camilo Zito (PP); a candidatura de Zito também não é descartada.
Em Nova Iguaçu, Bornier disputará a prefeitura com o deputado estadual Rogério Lisboa (PR) e a deputada federal Rosângela Gomes (PRB) — esta ligada à Igreja Universal. O PT ainda não se decidiu. Em São João de Meriti, já lançaram pré-candidaturas o deputado federal Dr. João (PR) e o vereador Titinho (PMDB). O prefeito Sandro Mattos (PHS) ainda não decidiu quem vai apoiar.
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