Agenda
conservadora e exploração da máquina do governo não deram resultado para
apadrinhados
Há
um mês, Jair Bolsonaro desembarcou em Congonhas para uma sessão de fotos com
Celso Russomanno (Republicanos), que liderava a corrida pela Prefeitura de São
Paulo. O presidente declarou
apoio ao "amigo de velha data", e os dois insinuaram que o
candidato teria acesso privilegiado ao Palácio do Planalto se vencesse a
disputa.
A
aliança se mostrou desastrosa para a dupla por enquanto. Russomanno perdeu
quase metade de seus pontos nas pesquisas de intenção de voto e
viu dobrar seu índice de rejeição. Já Bolsonaro, que pretendia evitar desgastes
nas eleições deste ano, ficou associado a um candidato que desabou da liderança
e, agora, pode ficar fora do segundo turno.
O
derretimento de Russomanno não é um efeito isolado do apoio de Bolsonaro
—embora a avaliação do governo na capital paulista seja pior do que na média
nacional. Ainda assim, a última rodada de pesquisas do Datafolha mostra que o
presidente teve um peso nulo ou negativo nas disputas municipais até aqui.
No
Rio, Bolsonaro não conseguiu impulsionar Marcelo Crivella (Republicanos). Na
semana passada, o presidente deu uma declaração de apoio encabulada: “Se não
quiser votar nele, fique tranquilo”. Depois, mergulhou na campanha e fez uma
gravação com o candidato. Resultado: o
prefeito ficou estagnado nas pesquisas, com rejeição acima de 50%.
O
presidente pode até argumentar que entrou nas duas campanhas a contragosto, mas
a história é diferente em Belo Horizonte. Por livre e espontânea vontade,
Bolsonaro se aliou ao azarão Bruno Engler (PRTB), com quem tomou café na
terça-feira (3). Mesmo
com ajuda oficial, o candidato não passa dos 4%.
O desempenho de Engler expõe o fracasso de dois pontos da estratégia eleitoral do presidente: o apelo ao conservadorismo e a exploração da máquina do governo. Num vídeo gravado no mês passado, o candidato bateu bumbo para a agenda de direita, e Bolsonaro ofereceu ao apadrinhado uma “linha direta com a Presidência da República”.
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