O processo de
democratização que levou a conquista da Carta de 1988 foi fruto não só das
lutas populares e democráticas, mas também de compromissos – não houve, como se
sabe, uma ruptura na passagem para o retorno à democracia, que se realizou pela
via de uma solução negociada, evidente em questões cruciais como a agrária e a
militar, esta última intocada e à margem das inovações introduzidas pelo poder
constituinte.
Nas eleições que
se avizinham, nessas novas circunstâncias de alianças do bolsonarismo com o
Centrão barrar seu caminho de reprodução traz a oportunidade para o ator
democrático varrer o entulho autoritário ao mesmo tempo em que arremessa para
fora do caminho da nossa sociedade os restos do que ainda sobrevive das piores
tradições do patrimonialismo em nossa formação. O rumo está dado, cabe-nos
agora erguer o ator coletivo a fim de cumprir essa missão.”
*Luiz Werneck Vianna, Sociólogo, PUC-Rio. “Bolsonaro, o Centrão e nós”,
Blog Democracia Política e novo Reformismo, 26.7.202.
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