Período pós-Nova República, que compreende os anos de 2019 a 2022: conheça os personagens daquela época
Anos da Besta
Período pós-Nova República, que compreende
os anos de 2019 a 2022. O Brasil era liderado então por um ex-capitão do
Exército e ex-deputado de extrema direita, raivoso e golpista. Abaixo os
principais personagens daquela época.
Jair Bolsonaro
Foi o presidente do Brasil no período. A
ele se deve a referência à besta, dada a sua baixíssima capacidade intelectual
e a aliança que manteve com o que havia de mais diabólico no Brasil daqueles
tempos. Mentiroso contumaz, (na sua presidência o termo fake news ganhou
proporções nunca antes imaginado) Jair Bolsonaro trabalhou desde o primeiro dia
de seu mandato para dar um golpe e governar o Brasil com mãos de ferro.
Fracassou e acabou defenestrado nas eleições de 2022. Mais tarde foi condenado
e preso em razão da suas ações contra a saúde coletiva na pandemia do
coronavírus que matou mais de 600 mil brasileiros.
Arthur Lira
Deputado federal, presidente da Câmara na
metade final daqueles anos nefastos. Foi um dos principais aliados do
presidente golpista. Deu a ele todas as condições de tentar levar adiante sua
sanha antidemocrática. Recebeu e não deu andamento a quase 200 pedidos de
impeachment de Jair Bolsonaro por mais de 50 crimes cometidos pelo presidente
desde o início do seu governo. Conhecido por seu fisiologismo explícito, queria
apenas resolver seus problemas pessoais e paroquiais, dando as costas para o
Brasil e os brasileiros.
Centrão
Agrupamento político que já existia antes dos Anos da Besta e seguiu em atividade por muito tempo no Brasil. Era formado por parlamentares de diversos partidos de centro e centro-direita que participaram de todos os governos desde a redemocratização do país, em 1985. Apoiou e participou do governo do capitão golpista. Seus expoentes eram o presidente da Câmara Arthur Lira e o senador Ciro Nogueira, presidente do extinto Patriotas, que foi chefe da Casa Civil de Bolsonaro. O grupo abandonou o presidente em 2022, poucos meses antes das eleições, e declarou apoio ao líder populista de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, que acabaria eleito e governaria com o Centrão nos quatro anos seguintes.
Augusto Aras
Procurador-geral da República indicado para
a função por dois mandatos por Jair Bolsonaro. Foi o mais vergonhoso chefe do
Ministério Público Federal desde a sua criação, em 1951, ou seu empoderamento
com a Constituição de 1988. Ficou conhecido pela absoluta lealdade ao seu
líder. Ignorou, arquivou, sentou em cima de todos os processos contra Bolsonaro
por crimes de responsabilidade que a ele foram submetidos. Saiu do MP
desmoralizado.
Empresários
Logo no início do quadriênio funesto,
muitos empresários brasileiros deram total e irrestrito apoio ao presidente,
mesmo com todos os seus rompantes antidemocráticos. Apostavam na promessa de
reformas. Aos poucos, com o fracasso da sua política econômica, os empresários
sérios foram se descolando de Bolsonaro. A certa altura, ele só tinha ao seu
lado duas caricaturas, Luciano Hang e Carlos Wizard, que faliram alguns anos
depois. Em 2021, um manifesto a favor de eleições democráticas foi assinado por
cerca de 200 empresários, economistas e intelectuais.
Tribunais Superiores
O Supremo Tribunal Federal tardou a reagir
aos ataques antidemocráticos do então presidente Bolsonaro. Mas, quando
respondeu aos seus rompantes, foi duro. Apenas um ministro do Supremo, indicado
pelo próprio presidente, manteve-se ao lado do golpista. O papel do STF e do
Tribunal Superior Eleitoral foram fundamentais para inviabilizar o projeto do
capitão presidente.
Forças Armadas
Nunca, nem nos 21 anos da ditadura militar,
iniciada em 1964 e encerrada em 1985, tantos militares ocuparam cargos no
primeiro e no segundo escalões do governo federal. Além disso, milhares de
funções intermediárias foram oferecidas para parentes e amigos de militares.
Foi a forma encontrada por Bolsonaro para atrair para o seu projeto generais,
almirantes e brigadeiros. Conseguiu parcialmente seu objetivo, sobretudo quando
colocou o general Braga Netto, um dos seus maiores aduladores, no comando das
tropas. Mas, ao final, venceu o espírito democrático da maioria dos oficiais
superiores.
Imprensa
A imprensa brasileira daqueles anos
exerceu, em conjunto com a sociedade civil e a comunidade acadêmica, o papel de
fiscal do presidente da República. Foi atacada fisicamente pelos apoiadores
cegos do golpista e teve alguns de seus membros processados criminalmente. O
procurador Augusto Aras chegou a ajuizar uma queixa-crime contra um colunista
do jornal “Folha de S.Paulo” que o chamou acertadamente de Poste-Geral da
República em razão da sua omissão e desfaçatez durante os Anos da Besta.
Não lhe temos medo
Ao sugerir que pode agir fora das quatro
linhas da Constituição, Jair Bolsonaro apontou o melhor caminho para derrotá-lo
antes mesmo de 2022. Se atentar contra a Constituição de maneira concreta,
porque até agora tem sido apenas bravateiro como seu amigo reverendo Amilton
Gomes de Paula, terá que se entender com muitas linhas, mas linhas de ferro,
umas horizontais e outras verticais. Vai ver o sol nascer quadrado. A democracia não tem medo de Bolsonaro.
O basta do presidente do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux foi forte e alto o
suficiente para ser ouvido em todo o país. Os limites explicados por Fux em
privado a Bolsonaro, agora foram explicitados a pleno pulmões. Não dá mais,
ninguém te aguenta mais, Excelência.
Triste país
Triste o país em que o presidente do Poder
Judiciário tem que vir a público admoestar o chefe do Executivo por sua
retórica antidemocrática. Triste o país em que empresários, economistas e
intelectuais precisam publicar um abaixo assinado em favor de eleições. Triste
também quando o comandante de uma das Forças Armadas procura um ministro de
tribunal superior para dizer que não vai ter golpe. Que país é este? Que diabo
de país é este que consegue eleger um presidente que de maneira reiterada
atenta contra todas as instituições a ponto de manifestações como estas serem
recebidas com alívio?
E o Congresso?
Faltam ainda manifestações dos ilustres
deputados e senadores e dos senhores generais. O pior é que não vai faltar quem passe pano mais
uma vez.
Equilíbrio do Centrão
É preferível o Centrão ao milicão, nenhuma
dúvida. Com todos os seus dilemas e contradições, é mais fácil lidar com
políticos fisiológicos do que com militares golpistas. Depois do cancelamento
da reunião dos chefes dos três Poderes por Luiz Fux, o Centrão terá de
mostrar se tem
algum valor para a democracia. Como o agrupamento trabalha
em silêncio, e quanto mais barulho e maior exposição, pior para os seus
projetos e negócios, é fácil imaginar como vai operar a partir de agora. Vamos
ver quantos buracos o amortecedor de Ciro Nogueira ainda vai aguentar.
Propinavac
Inflação, desemprego, devastação ambiental,
abandono cultural, desprezo à democracia, 560 mil mortos, propinavac… nada disso importa. O
problema do Brasil é a urna eletrônica.
Corrupto ou miliciano
Se um dia você foi colocado na condição de
escolher entre um governo corrupto e um miliciano, seus problemas acabaram.
Com suas mais novas alianças, o governo de Bolsonaro está agora recheado de
milicianos e corruptos, além de militares que sonham com as trevas. Ficou fácil
escolher.
Beijo na cédula
Veterano mesário de eleições em São Paulo
conta a história de um candidato a deputado federal que tinha muito apoio entre
as mulheres porque era bonito, dono de grandes olhos verdes e um sorriso cativante.
Era o jornalista e advogado Emílio Carlos, que perdeu alguns milhares de votos
na sua primeira eleição porque as cédulas vinham borradas por batom de mulheres
que beijavam o papel numa prova de ternura. O candidato acabou sendo eleito em
1946 e permaneceu na Câmara até morrer, em 1963. Pode parecer bobagem, mas a
história mostra como era fácil anular votos bons num pleito com cédulas de
papel.
Bruno Covas
Bolsonaro não foi o único a criticar o
ex-prefeito Bruno Covas por ter vindo ao Rio com o filho assistir à final da
Libertadores em meio a pandemia. A diferença é que o presidente o atacou depois de morto, para
obter um ganho político. Assim é Bolsonaro. Um canalha que desrespeita os
mortos e imita, rindo, doentes de Covid que não conseguem respirar, não vale
nada mesmo.
Rio Grande
Eleitor gaúcho informa que Olívio Dutra não
concorreu a um segundo mandato no governo do Rio Grande do Sul porque o PT
resolveu dar a legenda a Tarso Genro. Genro foi eleito, o que prova ainda mais vigorosamente a tese mostrada
aqui de que gaúcho não gosta de reeleição. O partido teve de trocar de
candidato para conseguir um segundo mandato.
Planos de saúde
A propósito de nota publicada no sábado
passado, a Federação Nacional de Saúde Complementar afirma que a lei que
garante acesso a medicamentos que podem ser ministrados de maneira oral pode custar até R$ 5 bilhões anuais.
Por isso a entidade trabalhou a favor do veto presidencial, que afinal ocorreu.
Dos 23 medicamentos listados na lei aprovada pelo Congresso, 12 foram
reprovados pela Agência Nacional de Saúde. Outros nove sofreram restrições por
órgãos fiscalizadores do Reino Unido e do Canadá.
LSN
Bozo vai ser investigado pelo STF por 11 crimes. Três deles constam da Lei de Segurança Nacional, pacote que sobrevive desde a ditadura que o presidente ama. Quanta ironia. Mas, para ele tudo bem, está acostumado a se arrastar no esgoto.
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