Folha de S. Paulo
Desmatamento cai 22% em um ano; parte da
elite se juntou à destruição, golpe e calote bolsonarista
O
desmatamento na Amazônia Legal diminuiu 22,3% em um ano, segundo a medição
do sistema Prodes, diz o Inpe. Isso no ano encerrado em julho. Quer dizer, a
medida inclui dados do semestre final do governo das trevas e da morte de Jair
Bolsonaro.
Além disso, o esforço de controle da razia
foi limitado pelo efeito da destruição institucional, quando equipes foram
desmontadas, desestimuladas e sujeitas a ameaças do crime ambiental organizado,
que se expandiu.
Mesmo assim, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, com Marina Silva outra vez no ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, conseguiu remediar a situação. É apenas um começo. A área desmatada ainda é equivalente ao território de seis cidades de São Paulo.
Outra vez: sob Marina Silva, ministra do Meio
Ambiente durante quase Lula 1 e 2 inteiros, o desmatamento havia
caído muito (para quase um quarto). A ministra criou o primeiro programa crível
e prático de controle da destruição da floresta, abate que era totalmente
desembestado quando assumiu o cargo, em 2003 —o desmatamento era quase o triplo
do que é agora.
O grosso de legislação, fiscalização,
diretrizes e instituições permaneceu, em parte foi aprimorado e ficou de pé,
mesmo com menos dinheiro, e mal e mal até fins de Michel Temer (2016-2018).
Bolsonaro e seus comparsas abriram as
porteiras do inferno, para a "boiada passar", de acordo com Ricardo
Salles, acabando com instituições e incentivando a destruição, por omissão,
ação e propaganda. Era parte do projeto de transformar o país em pária. Assim,
de quebra, sujeitou-se o Brasil ao risco de sanções econômicas ambientais.
Essa pequena vitória da civilização, o
desmatamento atenuado, é mais uma vez o momento de refletir sobre as trevas de
2019-2022 e sobre como a escuridão total pode voltar.
Boa parte da elite econômica aderiu a esse
projeto, dele fez propaganda e o financiou. Até o apoio a um programa
"liberal na economia" foi uma idiotice sinistra e cínica. O governo
das trevas deu calote (nos precatórios).
A redução da dívida pública, que crescera na
epidemia, ocorreu em boa parte por causa de inflação, que engordou o PIB
nominal e levou a taxa de juros a um nível negativo. Em 2022, a gente das
trevas estourou as contas, baixando impostos para obter votos. Etc.
A gente já quase se esqueceu dos mortos na
epidemia, que foi disseminada também por causa do anjo da morte na Presidência.
A cafajestagem se tornou um padrão de comportamento na república das trevas; a
proximidade de "altas autoridades" baixas com milicianos se tornou de
vez parte da paisagem.
Está cada vez mais evidente que o líder das
trevas estimulou o projeto golpista de pelo menos uma grande facção do
Exército, destruição do ambiente político que nem começa a ser revertida ainda.
As Forças Armadas foram (ainda mais) politizadas. Vários de seus integrantes
constituíram uma quadrilha no entorno de Bolsonaro (vide o caso do falsário e
muambeiro Mauro
Cid, para ficar no mínimo).
As tropas do mal se reagrupam ou tentam sair
de fininho e fugir da polícia. Politicamente, o partido das trevas ainda tem
base enorme no Congresso e apoios sociais fortes, em termos de poder econômico
e população.
O extenso empresariado bolsonarista se finge
de morto. Alguns se bandearam a fim de manter as aparências, pouco antes da
segunda campanha golpista do 7 de Setembro, em 2022. A essa altura, nem o mais
cínico poderia dizer que não sabia o que eram Bolsonaro e sua seita. O que
queriam? Um regime mais ou menos autoritário em que pagassem menos impostos, o
resto de que se danasse. Essa gente está vivíssima e ora bajula sofregamente os
líderes "liberais" do Congresso. Convém prestar atenção.
2 comentários:
PERFEITO!
Verdade.
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