O Estado de S. Paulo
O governo Claudio Castro, do Rio de Janeiro,
acabou. Acabou sem ter começado, mantido enganando enquanto havia dinheiros da
concessão da Cedae e, sobretudo, por influente (e cara) campanha de, digamos,
comunicação.
A casa cai de vez quando se descobre que o Estado entregou a um laboratório safado – empresa de parente do ex-secretário de Saúde, padrinho da atual secretária – o contrato para testar a saúde de órgãos a serem transplantados. Transplantados, afinal, órgãos infectados com HIV.
O governador tendo sido informado sobre essa
barbárie – segundo ele mesmo – no mesmo dia que a imprensa, quase mês depois de
a secretária que sustenta intocável haver tomado conhecimento da tragédia.
Exemplo de autoridade.
Especula-se sobre o que se fez nesse quase
mês até que governador fraco e sociedade traída soubessem do que se passara. E,
depois, sobre o que se terá feito, por dentro, nos dez dias até que a diretoria
da Fundação Saúde entregasse os cargos.
Há limites para até onde o esforço de
comunicação-propaganda consegue ocultar a – o cronista está generoso hoje –
incompetência. Ninguém governa com Dr. Luizinho, Washington Reis e Flávio
Bolsonaro sem consequências. Ninguém lhes entrega em vão Saúde, Transportes e
Segurança de um Estado problemático que cumpre indigentemente suas obrigações.
O ruim piora.
Piora assim. Na forma de organização
criminosa, Povo de Israel, que nasce, cresce e atua dentro dos presídios.
Protegida pelo Estado. Comunicando-se livremente – com sinais de telefonia e
internet liberados – com o exterior.
Antes este governo sem identidade operasse
enxugando gelo somente. Opera sem planejamento, sem inteligência, sem calcular
reações, para que afinal cidadão inocente morresse – com balaço na cabeça – a
caminho do trabalho.
Saldo da irresponsabilidade de quinta: um
preso e duas granadas apreendidas. Saldo eterno: três trabalhadores mortos.
Intervenção policial desaparelhada, tecnicamente indefensável, às margens da
Avenida Brasil, em horário máximo de circulação de pessoas, para então o Estado
recuar, fugir, expostos ao improviso também os policiais – o Estado derrotado.
Reeleito em 2022, vendendo saúde fiscal
maquiada, o governador teve um outubro de 24 para que não restassem dúvidas:
acabou. Faltando-lhe ainda dois anos e dois meses, acabou. Agora é feira.
Agora é xepa. Intensificação da xepa.
Aprofundamento-aceleração da partilha dos restos. Multiplicadas e distribuídas
secretarias àqueles que poderão dar a Castro condições mínimas de sobreviver.
Sobrevivência lato sensu, para além da
política. Sobrevida entendida nos termos do que tem sido o destino frequente de
governantes no Rio de Janeiro. •
Um comentário:
Sim, acabou sem ter começado! Castro, Witzel, Jair Bolsonaro e os bolsonarinhos... Como o RJ produz tanta escória?
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