Raquel Landim, de São Paulo
DEU NO VALOR ECONÔMICO
"É inaceitável a desculpa de legítima defesa para matar quatro pessoas". A frase foi a dura reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao ser questionado ontem pela imprensa sobre o envolvimento do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) na morte de quatro seguranças de uma fazenda em Pernambuco. Lula garantiu que "a justiça será feita para apurar a verdadeira responsabilidade".
O confronto entre os seguranças e o MST ocorreu no dia 21 de fevereiro em São Joaquim do Monte, a 134 km de Recife, e resultou na morte de quatro empregados rurais. O líder do MST, Jaime Amorim, afirmou que os sem-terra agiram em "defesa do acampamento" e que "pistoleiros armados" fizeram três investidas para "matar todo mundo".
O presidente disse que o MST existe desde a década de 80, já atingiu a "maioridade", e sabe diferenciar o legal do ilegal. "Todos nós - presidente da República, sem-terra e o mais humilde dos brasileiros - pagaremos um preço se cometermos uma ilegalidade". Os comentários de Lula foram feitos ontem depois de encontro com o primeiro-ministro dos Países Baixos, Jan Peter Balkenende, na Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp).
Os assassinatos provocaram uma crítica do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, ao financiamento público para o MST e "outros movimentos sociais" ligados à questão agrária: "A lei é muito clara. Não pode haver dinheiro público para subsidiar tais movimentos, que agem contra o Estado de direito."
Lula minimizou as declarações de Mendes, que provocaram embaraço entre os Poderes, e disse acreditar que Mendes teria dado sua opinião como "cidadão brasileiro". "Quando houver um processo, certamente ele se manifestará como presidente (do STF) e dará o seu voto". O presidente, que possui laços históricos com o MST e movimentos sociais, fez questão de citar suas realizações na reforma agrária: 43 milhões de hectares desapropriados e 520 mil famílias assentadas: "Cada um tem que ter juízo antes de fazer as coisas."
O presidente do Supremo, entretanto, rebateu ontem à noite, por meio de sua assessoria de imprensa, declaração dada pelo presidente Lula: "A Secretaria de Comunicação Social do Supremo Tribunal Federal esclarece que o presidente (Gilmar Mendes) falou na qualidade de chefe do Poder Judiciário, que tem responsabilidades políticas e institucionais inerentes ao cargo", esclareceu o STF.
Segundo o MST, a invasão à fazenda Castanhal do Espírito Santo, na madrugada de sexta-feira, foi uma reação às declarações de Gilmar Mendes. A propriedade é da empresa Agropecuária Santa Bárbara, que pertence ao grupo Opportunity do banqueiro Daniel Dantas. "Essa é uma ação em protesto às manifestações públicas de Gilmar Mendes "Dantas"", disse Charles Trocate, coordenador da ocupação em Eldorado dos Carajás, incluindo o sobrenome do banqueiro ao do ministro. (Com agências noticiosas)
DEU NO VALOR ECONÔMICO
"É inaceitável a desculpa de legítima defesa para matar quatro pessoas". A frase foi a dura reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao ser questionado ontem pela imprensa sobre o envolvimento do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) na morte de quatro seguranças de uma fazenda em Pernambuco. Lula garantiu que "a justiça será feita para apurar a verdadeira responsabilidade".
O confronto entre os seguranças e o MST ocorreu no dia 21 de fevereiro em São Joaquim do Monte, a 134 km de Recife, e resultou na morte de quatro empregados rurais. O líder do MST, Jaime Amorim, afirmou que os sem-terra agiram em "defesa do acampamento" e que "pistoleiros armados" fizeram três investidas para "matar todo mundo".
O presidente disse que o MST existe desde a década de 80, já atingiu a "maioridade", e sabe diferenciar o legal do ilegal. "Todos nós - presidente da República, sem-terra e o mais humilde dos brasileiros - pagaremos um preço se cometermos uma ilegalidade". Os comentários de Lula foram feitos ontem depois de encontro com o primeiro-ministro dos Países Baixos, Jan Peter Balkenende, na Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp).
Os assassinatos provocaram uma crítica do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, ao financiamento público para o MST e "outros movimentos sociais" ligados à questão agrária: "A lei é muito clara. Não pode haver dinheiro público para subsidiar tais movimentos, que agem contra o Estado de direito."
Lula minimizou as declarações de Mendes, que provocaram embaraço entre os Poderes, e disse acreditar que Mendes teria dado sua opinião como "cidadão brasileiro". "Quando houver um processo, certamente ele se manifestará como presidente (do STF) e dará o seu voto". O presidente, que possui laços históricos com o MST e movimentos sociais, fez questão de citar suas realizações na reforma agrária: 43 milhões de hectares desapropriados e 520 mil famílias assentadas: "Cada um tem que ter juízo antes de fazer as coisas."
O presidente do Supremo, entretanto, rebateu ontem à noite, por meio de sua assessoria de imprensa, declaração dada pelo presidente Lula: "A Secretaria de Comunicação Social do Supremo Tribunal Federal esclarece que o presidente (Gilmar Mendes) falou na qualidade de chefe do Poder Judiciário, que tem responsabilidades políticas e institucionais inerentes ao cargo", esclareceu o STF.
Segundo o MST, a invasão à fazenda Castanhal do Espírito Santo, na madrugada de sexta-feira, foi uma reação às declarações de Gilmar Mendes. A propriedade é da empresa Agropecuária Santa Bárbara, que pertence ao grupo Opportunity do banqueiro Daniel Dantas. "Essa é uma ação em protesto às manifestações públicas de Gilmar Mendes "Dantas"", disse Charles Trocate, coordenador da ocupação em Eldorado dos Carajás, incluindo o sobrenome do banqueiro ao do ministro. (Com agências noticiosas)
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