sábado, 2 de junho de 2012

A gravidade da crise - Editorial:: Portal PPS

Após o pífio crescimento de 2011, de apenas 2,7%, o governo tentou tranquilizar os brasileiros e apresentou uma estimativa de aumento de 4,5% do PIB em 2012. Todos os indicadores até hoje demonstravam a mentira dessa estimativa. Hoje o IBGE publicou a realidade: o crescimento do primeiro trimestre do ano foi de apenas 0,2%. No acumulado nos últimos doze meses, crescemos somente 0,8%. O governo insiste em medidas que já se provaram ineficazes, como a diminuição de IPI da linha branca e de carros. O ministro Mantega nega a crise e afirma que ainda cresceremos os prometidos 4,5%. Falta contar a fórmula da magia.

A produção industrial continua a cair. Em abril recuou novamente 0,2% em relação ao mês anterior e acumula retração de 1,1% acumulada nos últimos doze meses. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a produção industrial recuou 2,9%, o oitavo recuo consecutivo, ou seja, faz 8 meses que nossa indústria vai mal e governo não consegue tomar medidas que modifiquem o cenário. O plano Brasil Maior, lançado em agosto de 2011, mostra agora que foi um plano de indústria menor, totalmente sem efeito.

O governo precisa acordar e reagir. As medidas pontuais tomadas até agora não estão surtindo nenhum efeito. A retração da indústria logo se traduzirá numa retração dos empregos, o que reduzirá ainda mais o consumo e resultará num PIB ainda menor. É necessário que o governo impeça que esse ciclo vicioso se instaure.

É necessário aumentar o investimento público e privado. Os investimentos caíram 1,8% no primeiro trimestre. Os investimentos estatais foram vilões desse número já que o investimento total do governo caiu 5,5% nos primeiros 4 meses do ano.

Reafirmamos a gravidade da presente crise como o fim de um ciclo econômico baseado na exportação de commodities e no consumo interno. Precisamos de um novo modelo baseado em poupança, investimento, aumento da produtividade, inovação e novas tecnologias para um crescimento sustentável.

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