BRASÍLIA - O deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) disse à Folha que seu relatório final na CPI dos Correios poderia não ser aprovado se citasse o nome do filho de Lula. O relator afirma, porém, que o caso não foi retirado do texto.
Rubens Valente
Folha- Como explica a diferença nas versões do capítulo Gamecorp?
Osmar Serraglio - Nesse caso, evidente, envolvia o filho do presidente da República e nós tínhamos receio. Essas informações chegavam para gente, "ou vocês retiram ou nós vamos criar dificuldades para aprovar".
Quem dizia isso?
Tinha pessoas mais próximas [do Planalto] que acompanhavam, o Carlos Abicalil (PT-MT), o Jorge Bittar (PT-RJ), era a tropa da frente.
As pressões vinham principalmente da bancada do PT?
Não consigo associar algum outro. O medo nosso era perder os votos do PT se radicalizássemos, então sacrifica os anéis, mas salva os dedos.
Antes da conclusão do relatório o sr. recebeu ligação do Planalto?
Na minha memória, não. Isso [as alterações no caso Gamecorp] foi sendo costurado gradativamente. "Olha, aquele caso, se vai ficar vai dar problema, tem que ver". Ao longo do tempo mencionavam a possibilidade de rejeição do parecer. A gente não podia radicalizar. Mas não tinha muito como imaginar que alguém tivesse como esconder alguma coisa.
O senhor está dizendo que o caso Gamecorp não foi escondido, foi suavizado?
Poderíamos ter tirado do relatório todo o caso Gamecorp e não fizemos.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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