Para fortalecer aliança, Paes oferece a Dilma ajuda na campanha de Haddad
Cássio Bruno, Renato Onofre
RIO e BRASÍLIA Sentados em mais de dois milhões de votos conquistados pelo
prefeito Eduardo Paes (PMDB), no Rio, os peemedebistas já dão o tom do que está
por vir até 2014: eleger Luiz Fernando Pezão, atual vice-governador, como
sucessor do governador Sérgio Cabral. Nem que para isso passem o rolo
compressor no sonho do aliado e senador Lindbergh Farias (PT), que quer as
chaves do Palácio Guanabara.
Ontem, em Brasília, Paes ofereceu seu peso político em prol da candidatura
de Fernando Haddad (PT), em São Paulo. Com Cabral e Pezão, ele se colocou à
disposição para "cumprir qualquer missão" dada pelo ex-presidente
Lula e pela presidente Dilma Rousseff a favor do PT paulista. Agradar aos dois
é estratégico para manter a aliança em 2014 no Rio, com apoio a Pezão.
- Acho que é o caminho natural, mas São Paulo é São Paulo e depende do
vice-presidente Michel Temer e do candidato (Gabriel) Chalita (ambos do PMDB) -
disse Paes após o encontro.
Lindbergh: "Sou candidato de qualquer forma"
No domingo, na primeira entrevista de Paes após a vitória, ficou claro a
preferência por Pezão. Ao ser questionado sobre as suas pretensões políticas
para os próximos anos, o prefeito defendeu o nome do vice-governador:
- Nosso partido tem candidato, e ele é o Luiz Fernando Pezão. Existem outras
candidaturas colocadas, mas vamos buscar, eu, o governador Sérgio Cabral, o
Adilson Pires e o Pezão, uma grande aliança para que o Rio posso continuar
depois de 2014 este trabalho que o Cabral faz a frente do estado.
Excluído da festa da vitória, que contou com as deputadas federais Jandira
Feghali (PCdoB), Benedita da Silva (PT) e do senador Francisco Dornelles (PP),
Lindbergh afirmou ontem:
- Sou candidato de qualquer forma. O que eu tenho sentido no estado e nas
pesquisas é uma disputa acirrada entre (o deputado federal Anthony) Garotinho e
mim. Respeito o Pezão, mas ele não aparece na frente.
Na visita a Dilma, Paes e Cabral levaram Pezão "a tiracolo" ao
encontro, assim como na reunião com Lula, em São Paulo. Além da pose para as
fotos, Cabral anunciou, no domingo, que vai liberar o caixa de investimentos a
partir do ano que vem para fortalecer Pezão.
- Em 2013, vamos ter o maior volume de investimentos da história do Rio. Só
de espaço fiscal serão R$ 21 bilhões. E o Pezão é o grande coordenador desse
processo - afirmou Cabral.
Cabral disse ainda que Pezão será a continuidade de seu governo:
- A população do Rio acreditou em mim e deu um voto de confiança em 2008.
Hoje, a população reafirmou isso respondendo com esse resultado do Eduardo.
Acho que o Pezão em 2014 é continuidade desse processo. Um processo de coesão,
unidade e competência.
Pela primeira vez, desde que o grupo de Cabral chegou ao poder, em 2006, o
PMDB abriu espaço para o PT na chapa principal. Com a indicação de Pires, os
peemedebistas sinalizam a intenção de ter o PT alinhado com Pezão. Mas, para a
cúpula estadual petista, o candidato é Lindbergh.
- Chegou o momento do PT ter protagonismo no Rio. Se o PT quer aumentar as
bancadas federal e estadual e eleger prefeitos, o processo começa pelo governo
do estado. O Lindbergh é uma aposta real. Não é uma aventura - alfinetou o
presidente regional do PT, Jorge Florêncio.
Em 2010, quando Cabral disputou a reeleição, Lindbergh ensaiou ser
candidato, mas o senador foi enquadrado por Lula, que prometeu uma chance em
2014.
Colaboraram Luiza Damé e Gustavo Miranda
Fonte: O Globo
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