Ao encerrar primeira metade do mandato com PIB baixo, inflação acima do centro da meta e obras estagnadas, presidente aposta na volta de investimentos para acelerar economia.
Dilma procura uma marca
A primeira mulher a comandar o Brasil fechou a primeira metade de governo sem fazer deslanchar metas assumidas na posse, mas com avanços em áreas importantes como transparência e emprego. Mirando 2014, Dilma Rousseff vai em busca nos próximos dois anos de uma marca para sua gestão. Zero Hora apresenta um balanço político e econômico do mandato da petista.
As mudanças de postura da petista não visam apenas à reeleição, mas a um melhor andamento do governo.
– Dilma fez pequenos avanços. Um deles é tornar o debate sobre o desenvolvimento do país menos ideológico e mais pragmático. É consenso que o governo dela tem de acontecer em 2013 – avalia o cientista político André César, da consultoria Prospecta.
Enquanto Brasília ainda boceja pelo início de ano, Dilma aproveita para fazer uma agenda pré-eleitoral. Anunciou cortes na conta de luz e faz visitas a Estados que ainda não tinha ido como presidente.
Em relação ao Congresso, a avaliação da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, é sintomática:
– As votações sobre os royalties do petróleo e o Código Florestal não foram influenciadas por força da oposição.
Por este motivo, o governo Dilma inicia o ano mais preocupado com a base aliada. Acompanha os movimentos do PSB – do qual pode sair um presidenciável, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos –, e reconhece a importância de um novo ator.
– Vejo zero chance de o PSB não estar com o governo em 2014 ou de se rebelar. O fiel da balança será o PSD – diz o deputado Marco Maia (PT-RS), de saída da presidência da Câmara.
A sigla liderada por Gilberto Kassab conta com 49 deputados, um a mais que o PSDB. Convidado ao governo, o PSD ficará com o Ministério da Micro e Pequena Empresa.
Com a oposição desarticulada, um receio do Planalto é voltar à vidraça por pecados alheios. Dilma assiste às presidências da Câmara e do Senado prestes a cair em mãos chamuscadas por suspeitas de corrupção, as dos peemedebistas Henrique Alves (RN) e Renan Calheiros (AL). Passará pela influência deles a aprovação de projetos com peso eleitoral, como o Plano de Educação.
Em 2007, em uma tentativa de manter viva a CPMF, Lula ficou ao lado de Renan até a saída do senador da presidência da Casa se tornar inevitável. Perdeu nas duas frentes. A diferença é que a reeleição de Lula já havia ocorrido.
Fonte: Zero Hora (RS)
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