Partido tenta também reduzir mal-estar com o PMDB de Temer
Fernanda Krakovics e Maria Lima
BRASÍLIA - No jogo político rumo a 2014, a estratégia do PT no momento é, de um lado, afagar Eduardo Campos para mantê-lo na base aliada do governo Dilma, e, de outro, tentar asfixiar suas pretensões eleitorais trabalhando para que partidos como PDT e PR não migrem para o lado do PSB. Esse último ponto passa pela reforma ministerial, que Dilma deve promover em março. O cálculo petista é que, sem uma rede de alianças e, consequentemente, sem um tempo razoável de horário eleitoral gratuito na TV, o socialista desistiria da candidatura à Presidência da República no ano que vem.
Sobre sondagens que mostrariam Eduardo Campos com 5% de intenções de votos, contra uma popularidade de 70% de Dilma, o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque ironiza:
- De que o PT tem tanto pavor? A não ser que eles saibam de alguma coisa que não sabemos - indaga.
Alguns petistas sustentam que a postura beligerante da família Ferreira Gomes - governador do Ceará, Cid Gomes, e seu irmão Ciro, ambos do PSB - não foi incentivada pelo PT, mas se trata de um troco pela implosão da candidatura de Ciro Gomes a presidente da República em 2010, patrocinada por Campos. O ex-presidente Lula só estaria surfando nessa crise, ao prestigiar os irmãos Ciro e Cid.
Está a cargo de Lula, no encontro que deverá ter com Campos nos próximos dias, tentar convencê-lo a desistir de concorrer ao Planalto, e apoiar a reeleição de Dilma. A conversa corrente no PT é que o partido poderia apoiá-lo em 2018, mas os socialistas não acreditam nessa possibilidade.
O governador da Bahia, o petista Jaques Wagner, esteve com Campos na terça-feira, em Recife, mas nega que no encontro tenha lhe sugerido aceitar o cargo de vice de Dilma.
Fonte: O Globo
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