• Depois de prometer negociação, presidente diz que ela e Lula ‘sempre somam’
Catarina Alencastro - O Globo
Dilma durante solenidade sobre participação social, em Brasília. Palácio do Planalto / Divulgação
BRASÍLIA - Muito aplaudida e mandando beijos ao entrar no evento de lançamento da Política Nacional de Participação Popular, a presidente Dilma Rousseff teve dificuldades de iniciar seu discurso devido à manifestação de um pequeno grupo do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), que, de dentro do plenário do Centro de Convenções Internacional de Brasília, exigia negociação. O Sinasefe está em greve há um mês em busca de aumento salarial.
- Negocia já! - pediam os protestantes, abafando uma tímida tentativa de parte da plateia de levantar o canto:
- Um, dois, três, Dilma outra vez.
Dilma tentou prosseguir com as palavras iniciais de seu discurso, ainda na fase de cumprimentos aos presentes, mas foi interrompida mais de uma vez pelos insistentes gritos dos sindicalistas. Até que ela desistiu e respondeu aos apelos:
- Aqui nós todos somos democráticos. Vocês têm todo o direito de se manifestar. Vamos negociar da melhor forma.
Em seguida, o grupo foi retirado pela segurança do evento e Dilma pode finalmente dar prosseguimento à fala que tinha programado. Além do política de participação popular, o evento também premiou iniciativas que contribuíram para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
Presidente fala sob ambiente tumultuado
- Eu vou cumprimentar a todos que ganharam o prêmio porque a gente sabe muito bem que o Brasil não é feito por aquilo que aparece na mídia. O Brasil é feito por milhares e milhões de movimentos, de organizações, de pessoas anônimas que lutam por um processo de participação de defesa de seus interesses - persistiu, ainda sob um ambiente tumultuado.
No evento, a presidente discorreu sobre os objetivos do milênio que conseguiu cumprir. Entre eles o combate à fome e à pobreza; universalização do ensino fundamental; a redução da mortalidade infantil e materna; a redução das mortes por tuberculose e a redução do desmatamento.
Elogios a Lula
No evento, a presidente aproveitou para afagar o ex-presidente Lula, dizendo que ela e ele estão sempre somando. Ela explicava em seu discurso que a parceria entre ONGs e governo é fundamental para que o Executivo possa cumprir seus compromissos. Ela citou o caso do programa de cisternas, que, segundo ela, não teria executado a meta de entregar 1,1 milhão de equipamentos se não fosse feita parceria com a ONG Articulação no Semiárido Brasileiros (ASA). O número é uma soma do que foi feito nos governos de Lula e Dilma.
- Um milhão eu estou contando as do Lula, que dá 1,1 milhão somando ele e eu. E nós sempre somamos eu e o Lula porque estamos somando governo- afirmou
Na solenidade, Dilma assinou três decretos. Um que cria a Política Nacional de Participação Social, outro para aperfeiçoar a prestação de contas das organizações da sociedade civil e outro que regulamenta a lei de certificação de entidades beneficentes de assistência social.
Estiveram presentes na solenidade os ministros Ricardo Berzoini (Relações Institucionais), Gilberto Carvalho (Secretaria Geral), Tereza Campelo (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Luiz Figueiredo (Relações Exteriores), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Marcelo Neri (Secretaria de Assuntos Estratégicos). O jogador Hulk e o cantor Fagner também estavam presentes.
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