Rumo a 2018
Fernanda Krakovics – O Globo
• PDT abre conversas com os irmãos Ciro e Cid Gomes
BRASÍLIA - Em meio à crise do governo Dilma Rousseff, partidos da base aliada já começam a articular candidaturas próprias ao Palácio do Planalto em 2018. O senador José Serra (PSDB-SP) é cortejado por parte do PMDB, com quem tem jogado afinado no Senado, e o PDT abriu conversa com Ciro Gomes (PROS).
Com o fim da aliança com o PT já decretada por líderes como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o PMDB está de olho em Serra pelo alto índice de conhecimento nacional dele depois de ter disputado duas eleições presidenciais, em 2002 e 2010. O partido aposta na disputa interna no PSDB, que tem mais dois pré-candidatos, o senador Aécio Neves (MG) e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
As conversas têm sido conduzidas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem dado destaque a Serra na Casa, encampando projetos propostos pelo tucano. Renan tem chamado Serra para presidir grupos de trabalho, como o do "pacto nacional pela defesa do emprego".
Serra nega a existência de negociações com o PMDB e diz, em conversas reservadas, que ainda é cedo para discutir 2018. O tucano tem dito que o segundo mandato de Dilma está ainda no começo e que a divulgação desse assunto atrapalha seu trabalho legislativo. No relato de pessoas próximas ao senador, ele não vai tomar qualquer decisão em meio às incertezas sobre o governo Dilma.
PDT se reaproxima dos Gomes
Em outra frente, o presidente do PDT, Carlos Lupi, conversou esta semana com os irmãos Ciro e Cid Gomes (PROS). Ele já havia se reunido recentemente com o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, que faz parte do mesmo grupo político.
Lupi afirmou que o PDT pretende ter candidato próprio à Presidência em 2018, mas negou que a negociação com Ciro passe por esse ponto:
- Primeiro vamos discutir o projeto, depois, o nome. Pode ser o (senador) Cristovam Buarque (PDT-DF).
Questionado se Ciro seria um nome para a Presidência, porém, pelo PDT, Lupi diz que sim:
- Não tem veto a ninguém.
O movimento no PMDB em torno de filiações não se resume a Serra. Os peemedebistas do Senado estão às turras com o vice-presidente da República, Michel Temer, que é o presidente do partido, por causa da senadora Marta Suplicy (sem partido-SP), que deixou o PT. O PMDB do Senado quer filiar Marta para lançá-la à prefeitura de São Paulo, mas Temer insiste na aliança com o PT para a reeleição do prefeito Fernando Haddad (PT) com o peemedebista Gabriel Chalita de vice.
Marta pretende se filiar ao PSB e tem dito que o PMDB "fechou as portas" para ela quando aderiu à gestão de Haddad.
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