• Manifestações superam as de abril - Dilma, Lula e Renan são alvos principais - 85% sugerem a renúncia da presidente
- Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Grupos contrários à presidente Dilma Rousseff voltaram às ruas para protestar neste domingo (16), mantendo a pressão sobre o governo num momento em que ele tenta recuperar a iniciativa política para barrar pedidos de impeachment da presidente.
Em São Paulo, os protestos atraíram cerca de 135 mil pessoas para a avenida Paulista, segundo o Datafolha. A concentração foi maior do que a observada em 12 de abril, quando o instituto estimou em 100 mil os manifestantes no local, mas menor do que a de 15 de março, quando 210 mil foram à Paulista.
Houve protestos em pelo menos 169 cidades, incluindo todas as capitais. Estimativas da Polícia Militar, com métodos menos confiáveis que os do Datafolha, sugerem que as manifestações atraíram 612 mil pessoas nas capitais, mais do que as 540 mil de abril.
Convocados por grupos que se articulam nas redes sociais da internet e não têm vínculos com partidos políticos, os protestos tiveram como alvos principais Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que, na semana passada, apresentou um pacote de reformas econômicas para ajudar Dilma a sair da crise.
Segundo o Datafolha, 85% dos manifestantes que foram à avenida Paulista sugerem que a presidente renuncie ao cargo, e 82% defendem o impeachment, para que ela seja afastada e processada pelo Senado.
Líderes da oposição participaram dos protestos sem serem hostilizados como nas manifestações anteriores. Em Belo Horizonte, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), discursou no alto de um carro de som. O governo considerou os protestos expressão da "normalidade democrática", disse o ministro Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação Social.
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