- Folha de S. Paulo
O dia de protestos não foi uma avalanche, o que faria o Palácio do Planalto amanhecer nesta segunda-feira (17) coberto de nuvens carregadas. Oxigênio para a presidente Dilma, que ganha mais tempo para tentar sair das cordas.
Mas não chegou a ser um dia de total alívio para o governo. Se pela manhã os dados captados pelo Planalto indicavam menos pessoas nas ruas neste domingo (16), à tarde São Paulo reuniu um pouco mais de manifestantes do que em abril.
Em outras palavras, as manifestações não foram gigantescas, como previa o governo, mas mostraram que a mobilização ainda segue acesa nesta terceira onda de protestos em sete meses e meio do segundo mandato da petista.
Um feito para os organizadores dos protestos, mas que não tiveram sucesso, por outro lado, em aumentar a pressão sobre a presidente.
Daí que, mesmo não sendo um dia para sair festejando, o Planalto tem o que celebrar. Afinal, desta vez a oposição resolveu divulgar os atos, foi para as ruas, mas não conseguiu engrossá-los. Sinal de que ainda não tira boa parte dos insatisfeitos de dentro de suas casas.
Ponto para o governo, pois, pelo ambiente atual, o cenário era perfeito para a oposição se juntar aos grupos independentes e colocar mais gente nas ruas. A inflação hoje está acima de 9%, o desemprego sobe, a economia afunda e a reprovação de Dilma Rousseff é recorde.
Em março, a situação era ruim, mas não tanto quanto hoje, e o número de manifestantes foi bem maior do que neste domingo. Agora, os indicadores são mais negativos, mas os novos insatisfeitos preferem bater forte na petista nas filas de supermercados, bancos, escolas e ônibus a sair do conforto de seus lares.
Enfim, a semana vai começar mais tranquila para Dilma, mas tudo ainda é muito incerto. Ela está sentada numa falsa estabilidade, que pode ser detonada a qualquer momento pela Operação Lava Jato.
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