• Manifestantes fazem deferências a Sérgio Moro e promovem apitaço no ato que durou três horas em Copacabana
- O Globo
Além do já esperado tom crítico ao governo Dilma Rousseff, um nome figurou entre os cartazes e gerou defesas apaixonadas no protesto de ontem na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio: o do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato. Em um dos carros de som, havia uma faixa com a inscrição “Je suis Moro” ( Eu sou Moro). A idolatria pelo magistrado também foi vista em outros protestos Brasil afora.
Outro assunto lembrado durante o ato foi o julgamento das contas de Dilma pelo Tribunal de Contas da União ( TCU). Cartazes pediam aos ministros do TCU — que deram mais 15 dias para a petista responder sobre as irregularidades — que reprovassem as contas de 2014 da presidente.
Lula também foi criticado
A manifestação começou por volta das 11h e durou cerca de três horas. A Polícia Militar do Rio disse que não daria estimativa de público “por conta dos constantes desencontros do número estimado por organizadores e da própria PM”. Parte dos presentes vestia verde e amarelo e carregava faixas e cartazes com críticas a Dilma, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao PT. Em alguns deles, lia-se “Fora, Dilma”, “Impeachment já”, “Golpe é pedalar com o dinheiro público” e “Moro, Papuda neles”. Os participantes também fizeram um apitaço e cantaram os hinos Nacional e da Bandeira.
O designer Marco Aurélio Coelho, de 32 anos, foi à manifestação criticar o governo e vender camisas feitas por ele com o rosto do juiz da Lava-Jato, com os escritos “Vai, Moro”. Segundo Coelho, a imagem foi inspirada na famosa foto do ex-guerrilheiro Che Guevara, tirada pelo fotógrafo Alberto Korda e reproduzida pelo artista plástico Jim Fitzpatrick nos anos 1960.
— Fiz 70 camisas e já vendi 50 a R$ 25 cada. O Sérgio Moro está fazendo um trabalho fundamental no combate à corrupção.
Moro também foi lembrado em discursos de organizadores do ato, que pediram aplausos.
A advogada Sônia Costa, de 65 anos, é a favor da saída do PT e do PMDB do governo, mas disse que não vê nenhum político que a represente.
— Se encontrar alguém, me fala — brincou, enaltecendo só um nome: — Tem o Sérgio Moro, um homem seríssimo.
O ato teve confrontos entre críticos do governo e simpatizantes do PT. Em um deles, um funcionário público do Recife, que não quis se identificar, gritou “Viva a democracia” e “Lula 2018”. Foi o suficiente para ser cercado por manifestantes que o fizeram recuar até a areia da praia, aos gritos de “filho da p...” e “vai para Cuba”.
— Estamos numa democracia. Sou a favor do PT. Posso falar o que quiser — disse, ao sair escoltado por oito PMs.
Políticos estiveram no ato de Copacabana, entre eles os deputados estaduais Flávio Bolsonaro (PP-RJ) e Luiz Paulo (PSDB), o deputado federal tucano Otavio Leite e Indio da Costa (PSD-RJ). O humorista Marcelo Madureira comandou o carro de som do movimento Vem pra Rua.
Nenhum comentário:
Postar um comentário