• PGR vê 'giro radical' na história e pede apuração
- O Globo
RIO - Em documento encaminhado à Procuradoria Geral da República (PGR), o deputado federal e secretário executivo da prefeitura do Rio, Pedro Paulo Carvalho, mudou sua versão sobre o caso no qual é acusado de agredir sua ex-mulher, e agora afirma que foi vítima dela. A argumentação dos advogados, revelada pela revista Veja deste final de semana, sustenta que o peemedebista, provável candidato à sucessão de Eduardo Paes (PMDB), apenas reagiu aos golpes desferidos por Alexandra Marcondes Teixeira.
O episódio de agressão, denunciado pela própria Alexandra, registrado em boletim de ocorrência e confirmado por laudo pericial, ocorreu em 2010. Pedro Paulo é acusado com base na Lei Maria da Penha. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no último dia 1º, pediu a instauração de inquérito no Supremo Tribunal Federal para apurar o caso. A PRG, no entanto, considerou que a nova versão é um "giro radical".
De acordo com o pedido de abertura de inquérito, ao qual o GLOBO também teve acesso, "a vítima tornou-se agressora" e esse "giro radical precisa ser bem esclarecido, inclusive porque (a tentativa de incriminar alguém inocente, a ser de fato falso o primeiro depoimento dela) é crime, punido com reclusão de dois a oito anos".
A nova argumentação é amparada por duas alegações, conforme relatou o documento noticiado pela revista. A primeira é um vídeo em que Alexandra aparece dizendo que os golpes partiram dela e que o peemedebista apenas reagiu. O outro é um laudo de perito particular contratado por Pedro Paulo que contradiz a análise produzida pela Polícia Civil do Rio.
Na avaliação do procurador-geral, "as novas declarações de Alexandra Teixeira não podem ser tomadas acriticamente, justamente em razão das sucessivas modificações da sua versão". À Polícia Civil, na noite da briga com Pedro Paulo, a ex-mulher "relatou ter havido chutes, socos nos olhos e na boca". Em novembro do ano passado, em entrevista coletiva convocada pelos dois, Alexandra afirmou que houve "agressões recíprocas".
Em 2010, Alexandra disse que, ao chegar de viagem, encontrou no apartamento do casal indícios de traição do marido, quando teria sido atacada. Agora, a versão é que ela o ataca, "agredindo-o e jogando objetos em sua direção".
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