Fernanda Krakovics – O Globo
Aproveitando a janela para a troca de partidos, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), está montando uma operação para aumentar a bancada do PMDB na Câmara de Vereadores, que já é a maior da Casa, com 18 dos 51 vereadores.
Um dos que estaria negociando a ida para o PMDB é Junior da Lucinha (PSDB), que costuma votar com os peemedebistas. Nesse caso, o PSDB ficaria com apenas um representante na Câmara, a vereadora Teresa Bergher.
Na bancada federal do Rio, o PMDB conversa com o deputado federal licenciado Sergio Zveiter (PSD), atual secretário municipal de Habitação do Rio; com o deputado Altineu Côrtes (PR); e com o deputado federal Dr João (PR). Esse último pretende ser candidato a prefeito de São João de Meriti.
O presidente do PT fluminense, Washington Quaquá, disse que os vereadores Elton Babú e Marcelo Arar devem aproveitar a janela e deixar o partido. Hoje, a bancada petista tem quatro vereadores:
— É provável que haja alguma movimentação, porque queremos que a bancada seja mais petista. O PT abriu demais a sua legenda. O Marcelo Arar não tem o perfil do PT. A mesma coisa o (Elton) Babú. Neste momento em que o PT passa por uma crise, chegou a hora de depurar o partido. Eles não vão fazer falta à bancada. Prefiro diminuir com qualidade — disse Quaquá.
PSOL deve manter quadros
Elton Babú é irmão do ex-deputado estadual Jorge Babú, expulso do PT após ser acusado pelo Ministério Público de comandar uma milícia na Zona Oeste. Arar é egresso do PSDB. Procurado, não retornou. Babú não foi localizado.
O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) criticou a criação da janela para a troca de partido sem perda de mandato, e disse que o PSOL do Rio não ganhará nem perderá quadros:
— A gente não vai perder ninguém, porque quem está no PSOL está por convicção. Votamos contra essa janela porque ela é um oportunismo. Quem tinha que vir para o PSOL veio, como o (deputado federal) Glauber (Braga), independente de janela. Essa janela é um desrespeito à cidadania.
Até a criação da janela, as brechas para justificar a mudança de partidos eram: mudança no programa partidário, perseguição política ou filiação a uma sigla recém-criada (ver quadro na página 9). Nesses casos, deputados e vereadores poderiam trocar de partido sem perder o mandato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário