Tânia monteiro - O Estado de S. Paulo
A presidente Dilma fez ontem três reuniões para avaliar a crise provocada pelo depoimento de Delcídio Amaral. Na segunda delas, a cada trecho que lia, na presença do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, e de seu assessor especial, Giles Azevedo, ela ordenava: “Tem de desmontar ponto a ponto disso”.
Ela listou cada um dos pontos que precisavam ser rebatidos. Em uma terceira reunião, após receber atletas olímpicos de ginástica artística no Planalto, com a presença do novo ministro da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, Dilma parecia agoniada. “É um conjunto de inverdades. Nada disso se sustenta”, dizia ela, que insistia em saber se Delcídio confirmara que havia dito aquilo.
Como não havia resposta, ficou acertado que Cardozo e Wagner responderiam o quanto antes às denúncias. Mas ambos deveriam ter o cuidado, o tempo todo, de colocar as palavras no condicional, em uma tentativa de relativizar a estratégia de desqualificar o senador Delcídio, pois, até o momento, havia apenas uma “suposta delação”. Em seguida, veio a informação de que Delcídio faria uma nota.
Com a divulgação da nota do senador, na qual ele nega o teor da publicação daIstoÉ, mas não desmentia que tenha feito a delação premiada, a presidente decidiu preparar uma nota com sua assinatura na qual rechaça “o uso abusivo de vazamentos como arma política”.
Dilma mandou ainda que fosse divulgada a defesa que mandou para a Procuradoria-Geral da República, em abril de 2014, sobre a refinaria de Pasadena.
O governo reconhece que “o estrago está feito” e que será preciso “trabalhar muito” para reverter o prejuízo. As preocupações no governo não cessaram já que não se sabe, de fato, o quão bombástico é o conteúdo do que disse o senador petista.
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