No Datafolha, crescem as parcelas do eleitorado que descartam votar em Bolsonaro e Haddad
A pouco mais de uma semana da eleição, a mais recente pesquisa Datafolha aponta uma provável disputa entre os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) no segundo turno.
Do levantamento realizado na semana passada, nos dias 18 e 19, para o atual, o ex-prefeito de São Paulo saltou de 16% para 22% das intenções de voto, enquanto o rival do PSL manteve a liderança e o patamar de 28%.
Haddad isola-se, assim, na segunda posição da corrida ao Palácio do Planalto. Ciro Gomes (PDT) oscilou de 13% para 11%, e Geraldo Alckmin, de 9% para 10%. Ambos estão empatados dentro da margem de erro, enquanto Marina Silva (Rede), com 5%, já se aproxima do pelotão de baixo.
Como se mostrava previsível no atual quadro político polarizado, os dois primeiros colocados são também os líderes em rejeição.
Sob ataque dos adversários, e numa semana em que se defrontou com notícias desfavoráveis, Bolsonaro viu subir de 43% para 46% a parcela dos que dizem não votar nele de jeito nenhum. Já os que descartam Haddad aumentaram de 29% para 32%.
Ciro Gomes e Alckmin apresentam taxas menores, de 21% e 24% respectivamente. Em tese, têm condições de receber parcelas do chamado voto útil na reta final de campanha. A missão parece das mais difíceis, ainda mais para o pedetista, que dispõe de pouco tempo de propaganda de TV.
À estratégia antipetista de Alckmin —que tem tentado, até aqui sem sucesso, atrair eleitores de Bolsonaro e dos concorrentes ao centro— resta o argumento de que, agora, Haddad supera o candidato do PSL com folga na simulação de segundo turno (45% a 39%).
Com isso, o capitão reformado vê-se agora em desvantagem contra todos os seus principais rivais na segunda rodada do pleito. Ainda assim, 79% de seus eleitores se dizem totalmente decididos.
É difícil imaginar, portanto, que a disputa final não se dê entre os dois candidatos ora à frente. Eles representam setores ideológicos à direita e à esquerda que vêm se confrontando de maneira implacável nos últimos anos.
Versões radicalizadas de petismo e antipetismo, com efeito, vão dando a nota desta eleição, o que suscita apreensões quanto às perspectivas de o país encontrar alguma pacificação do cenário político.
Em meio à ruína orçamentária e a estagnação econômica, um entendimento mínimo entre as forças partidárias e sociais se faz necessário para a aprovação de ajustes e reformas urgentes.
Por sua natureza, o sistema de dois turnos incentiva posições mais moderadas e tolerantes. É desejável, embora nada garantido, que os oponentes busquem meios de reduzir as tensões futuras do país.
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