Estamos
diante de uma geração de pensadoras decisivas para nosso momento literário e de
reflexão
Como
se dá hoje a produção das mulheres na ficção, na teoria e crítica? Que
importância tem nessas escritas o feminismo em suas múltiplas possibilidades?
Adriana Armony, Carla Rodrigues e Noemi Jaffe evidenciaram alta dose de poética na ficção e na reflexão filosófica. No encontro entre Adriana Azevedo, Natália Polesso e Cidinha da Silva, que se indentificou de forma feminista ao se apresentar como uma escritora sem amarras mas que constrói laços, o cruzamento necessário entre questões de gênero e raça se evidenciou.
Com
a teórica baiana Carla
Akotirene, junto a Heloisa Buarque de Hollanda, ficou claro que existe
um compromisso ativista em pesquisadoras, dispostas sempre a interpelar a
sociedade.
Em
fórum reunindo escritoras fundamentais que usam formas narrativas diversas,
Claudia Lage, Eliana Alves Cruz, Luísa Geisler, Ieda Magri e Paloma Vidal,
mediadas por Cristiane Costa, tornou-se indiscutível o pressuposto inicial do
encontro: estamos, hoje, diante de uma geração de escritoras e pensadoras
decisivas para nosso momento literário e de reflexão. Essas criações, que têm
como protagonistas mulheres, frequentemente falando de si, interessadas nas
mudanças subjetivas e sociais ativadas pelo feminismo, se impõem, invertendo
posições hegemônicas no mundo literário.
A
questão da violência contra mulheres voltou ao debate, juntando-se à crítica à
aplicação da Lei Maria da Penha que Carla Akotirene suscitara.
Tema
importante no país, quando um deputado denunciado por agredir a ex-mulher é
eleito presidente da Câmara.
Fica
claro que o feminismo ainda tem muito trabalho pela frente, mas estejam certos,
patriarcas, que se depender do elenco que se apresentou, o trabalho será feito.
*Beatriz Resende, Ensaísta e professora de literatura na UFRJ.
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