- Blog do Noblat / Metrópoles
Média de mortes só faz cair, mas a média de
novos casos de infecção subiu nos últimos 15 dias
Acendeu a luz amarela em gabinetes de
autoridades médicas de Estados populosos. No país, a média de mortes caiu
continuamente nos últimos 30 dias. Mas a média de casos subiu nos últimos 15
dias com a circulação recorde de pessoas, diz Atila Iamarino, doutor em
ciências pela Universidade de São Paulo.
No momento em que o país soma mais de 430
mil mortes pela Covid-19 e somente 12% da população adulta está completamente
imunizada contra o coronavírus, nove em cada dez brasileiros com 18 anos ou
mais (91%) pretendem se vacinar ou já se vacinaram, aponta pesquisa Datafolha.
Mas falta vacina
Os números da pesquisa confirmam a
tendência de crescimento da adesão à imunização. Em dezembro último, os
pró-vacinas somavam 73%. Em janeiro, após a aplicação das primeiras doses, o
percentual deu um salto para 81%. Chegou a 89% em abril, no pico da segunda
onda da pandemia. Mas falta vacina.
O governo Bolsonaro foi ágil em importar e
fabricar drogas ineficazes contra a Covid-19, e inepto em comprar vacinas.
Dispensou 240 milhões de doses, 70 milhões nas seis ofertas da Pfizer, mais 170
milhões oferecidas pela
O ritmo de vacinação está sendo lento demais, na opinião de 7 em cada 10 pessoas entrevistadas pelo Datafolha. Mas a lentidão se explica: falta vacina. Sobram drogas que não funcionam.
Kátia Abreu fecha a porta das embaixadas do
Brasil para Ernesto Araújo
À parte as mentiras e esquivas em dizer a
verdade, pouca coisa ficou de aproveitável do depoimento prestado à CPI da
Covid por Ernesto
Fora as mentiras e dribles na verdade, o
que restou de aproveitável do depoimento prestado à CPI da Covid-19 pelo
embaixador Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores?
Poucas coisas. A mais destacada pelos
senadores que o interrogaram: Araújo confirmou ter mobilizado a estrutura do
seu ministério para a compra a outros países de hidroxicloroquina.
E disse que o processo de compra foi
acompanhado por Bolsonaro. Atribuiu ao ex-ministro Eduardo Pazuello a decisão
de pedir um número insuficiente de vacinas à Organização Mundial da Saúde
(OMS).
O Brasil tinha direito a receber vacinas
para imunizar 50% de sua população. Pazuello pediu um número de vacinas que só
daria para 10%. Por quê? Que ele se explique, hoje, quando for depor.
Presidente da Comissão de Relações
Exteriores do Senado, Kátia Abreu (Progressistas-TO) garantiu que jamais
colocará em votação a eventual indicação de Araújo para uma embaixada.
Bolsonaro cogita indicá-lo para um cargo de
representante do Brasil no exterior junto a alguma organização internacional, o
que independe de aprovação do Senado. Poderá ser em Paris.
O Dia D e a Hora H do general Pazuello,
ex-ministro da Saúde
Como ele se apresentará à CPI da Covid,
fardado ou não? Enfrentará os senadores ou se calará? Ao falar, dirá a verdade,
apenas a verdade?
No depoimento mais aguardado até agora pela CPI da Covid-19,
o general Eduardo Pazuello, o terceiro ministro da Saúde do governo Jair
Bolsonaro, dali posto para fora por incompetência fartamente demonstrada, tem
uma difícil escolha a fazer.
Ou fala a verdade na contramão dos que
foram ouvidos até agora, à exceção do contra-almirante Barra Torres, presidente
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ou cala-se sob a proteção
do um habeas-corpus que lhe assegura tal direito.
Pazuello, em todo caso, deve acautelar-se.
O habeas-corpus concedido pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo
Tribunal Federal, só lhe permite fugir de perguntas que possam incriminá-lo em
processo que responde.
Triste situação, essa, a de um general da
ativa, especialista em logística militar, que aceitou o desafio de enfrentar a
pandemia mais destruidora dos últimos 100 anos sem que tivesse o mínimo
conhecimento da área de saúde.
Esfarrapada foi a desculpa que deu para
tanto. “Missão dada, missão cumprida” é um ditado que significa: se um superior
lhe dá uma tarefa, cumpra-a sem discussão. O ditado guarda parentesco com
outro: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
Em resumo: na cabeça do general, uma vez
convocado pelo presidente para servir a pátria invadida por um vírus certamente
fabricado em laboratório estrangeiro, ele não poderia dizer não. Treinado para
obedecer, deveria sempre dizer sim ao chefe.
Em que trajes ele se apresentará diante dos
senadores e do país que assistirá seu depoimento transmitido ao vivo por
emissoras de rádio e de televisão? A paisana, embora como ministro tenha usado
farda? Fardado, na esperança de intimidar os senadores?
Alguns dos seus companheiros de farda, da
ativa e da reserva, plantaram notas na mídia advertindo os senadores para o
risco de humilhar um general, forçando-o a revelar o que não pode. A fazê-lo,
talvez os brucutus rolassem na Esplanada dos Ministérios.
Bobagem! Os brucutus serão poupados para
uma futura guerra contra algum dos países vizinhos. É o que os militares
esperam desde a última, travada contra o Paraguai entre 1864 a 1870. Se vier,
que seja rápida, pois munição só há para poucas horas.
A ver se os senadores, aliados do
ex-capitão que acidentalmente se elegeu presidente, entregarão Pazuello à
própria sorte ou se arriscarão o mandato para defendê-lo a qualquer preço, como
não fizeram com o ex-ministro Ernesto Araújo.
Verdade que Araújo não vale uma missa, mas
Pazuello valerá?
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