Valor Econômico
Equilíbrio orçamentário depende em grande
parte da aprovação da lei que devolve ao governo o voto de desempate no Carf
Palmeirense roxo, o secretário de Política
Econômica, Guilherme Mello, avalia que o campo de defesa do governo foi
organizado no primeiro semestre e que chegou a hora de fazer gols. Para o
ataque, conta, foram escaladas duas novidades: o plano de transição ecológica,
a ser anunciado nas próximas semanas, e a neoindustrialização. São, na sua
visão, iniciativas capazes de mobilizar investimentos e impulsionar o
desenvolvimento do país.
As duas iniciativas dialogam com o campo defensivo construído ao longo do primeiro semestre: de um lado, a reconstituição de políticas sociais, a valorização do salário mínimo, o Brasil Sorridente, o Luz para Todos, o Minha Casa, Minha Vida. São iniciativas que contribuem para a geração de emprego e renda, comentou. De outro, medidas para ajustar as contas públicas, como o pacote para elevar receitas lançado em janeiro e a proposta do arcabouço fiscal.
O lançamento da terceira edição do Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC), marcado para a próxima sexta-feira, fecha
esse ciclo, retomando as iniciativas no campo da infraestrutura.
“Com a defesa no lugar, vamos fazer gol,
vamos construir uma estratégia para voltar a crescer”, diz. “Qual é a
estratégia de retomada do desenvolvimento econômico no Brasil? São as políticas
sociais, é a distribuição de renda combinada com o tema da transição ecológica,
da sustentabilidade ambiental, das novas tecnologias.”
No campo financeiro, o plano de transição
ecológica propõe novas leis que abrirão caminho para captar investimentos.
O Ministério da Fazenda concluiu uma
proposta de legislação para o mercado de carbono, informa o secretário. O texto
passa no momento pelo crivo da Casa Civil antes de seguir para o Congresso.
Outra iniciativa em andamento é a
formulação de uma taxonomia, que vai regular e classificar os investimentos
ecológicos. É um tema em discussão no mundo inteiro. A União Europeia, comenta,
trabalha em sua taxonomia há seis anos e ainda não a concluiu.
O Brasil precisa de uma taxonomia adaptada
a suas particularidades, diz. Por exemplo, a Europa não tem a variedade de
biomas que se vê por aqui. Por outro lado, o desmatamento e as queimadas não
têm para os europeus o peso que têm aqui, como fator de aumento nas emissões de
carbono. A matriz energética do Brasil é mais limpa do que a do velho
continente.
Isso tudo é levado em conta, mas com
parcimônia. A regulação de mercados de carbono e a taxonomia precisam ser
“intercambiáveis” com a dos demais países, diz o secretário. “Se não, sua regra
não vale.”
Um teste importante para esse conjunto de
iniciativas no campo de finanças sustentáveis deverá ocorrer ainda neste ano,
com a primeira emissão de títulos verdes pelo Tesouro Nacional. Serão recursos
que ajudarão a financiar os investimentos para a transição ecológica no Brasil,
comenta Mello. A repórter Jéssica Sant’Ana, deste jornal, informou que a
proposta será apresentada a potenciais compradores nos dias 11 a 15 de
setembro, em Londres, Boston e Nova York.
“Sabemos que há uma demanda grande,
inclusive do Brasil”, afirma Mello. A ideia é emitir os papéis e demonstrar que
servem de fato para financiar investimentos sustentáveis. Com isso, haverá
espaço para novas operações. Essas, por sua vez, estabelecerão uma referência
para lançamentos de papéis por agentes privados.
Com esses comentários, o secretário
respondia a uma pergunta sobre os próximos passos do governo após a decisão do
Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) que cortou a taxa de
juros básica da economia, a Selic, em 0,5 ponto percentual e apontou para
outras reduções da mesma magnitude.
Olhando para frente, existe esse cenário
otimista. No entanto, há dificuldades no momento presente. As principais
dúvidas dos agentes econômicos em relação à estratégia econômica do governo
ainda residem sobre o campo das contas públicas. Mais especificamente, se será
possível zerar o déficit das contas federais, como está previsto no novo
arcabouço fiscal.
A proposta do novo arcabouço para as contas
públicas ainda não foi convertida em lei. O equilíbrio orçamentário, por sua
vez, depende em grande parte da aprovação de outra lei, que devolve ao governo
o voto de desempate nas discussões entre o Fisco e os contribuintes no Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já
disse que enviará ao Congresso, no fim deste mês, um conjunto de propostas para
fortalecer as receitas em 2024 e criar condições para zerar o déficit.
A agenda fiscal não está concluída, admite
Mello. No entanto, avançou. E esse avanço contribuiu para que o país parasse de
“tomar gol”.
O mundo espera o Brasil ocupar seu posto de
potência ecológica, como fica claro nas viagens do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva. No final deste ano, o país assumirá a presidência do G20, e esse
promete ser um tema central. É esperar que a velha agenda das contas públicas,
que segue complicada, não seja empecilho desta vez. O país está cansado de
derrotas.
2 comentários:
■Desculpem:
▪Nas viagens de Lula, por enquanto e a cada vez, o que fica claro não é a defesa do meio ambiente. Junto à União Europeia, por exemplo, o que Lula tem feito é afrontar aquele bloco e seus paises porque eles, apoiados e pressionados por um mercado consumidor exigente e cioso da defesa ambiental, está exigindo regras de responsabilidade nessa área para avançar o acordo comercial com o Merconsul e Lula não quer atender. E se pelo menos ele fosse educado. Mas não:: Lula ofende e xinga!
Lula fica agredindo e dando declarações estapafúrdias, dizendo que as coisas vão ser feitas como o Brasil quiser fazer. Lula fala assim para passar para a parte aluada de sua galera a ideia de soberania tola que eles defendem, junto com atitudes e declarações deles de alinhamento com China, Rússia e outras potências ditatoriais e ultrapoluidoras.
Na politica internacional Lula até agora só estreitou as possibilidades, se isolou e isolou o Brasil ao reiterar declarações alinhadas com Putin e com Xi Jiping em relação a agredirem a Ucrânia (massacrarem completamente, na verdade, destruindo creches, hospitais, igrejas, colheitas de alimentos, campos agrícolas, minarem o pais todo, entornarem mísseis sobre o pivo...) só porque o povo da Ucrânia quer a democracia e prefere morrer a se submeter à Rússia, à China (e se submeter às idiotices autoritárias defendidas por Lula e por petistas, com outra parte do PT se calando covardemente a tamanho absurdo).
A cada declaração contra a democracia e a cada afronta a pais democrático que Lula e o PT e seus blogues fazem, mais difícil fica para o Brasil se articular com o mundo que importa, sobrando para o Brasil os autoritários da Rússia, da China, da Venezuela, da Nicarágua, de Burquina Faso, ...
Sei.
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