Adriana Vasconcelos
DEU EM O GLOBO
Dois dias depois de o presidente Lula se reunir com o senador Renan Calheiros, a ministra Dilma Rousseff recebeu ontem, em seu gabinete, o ex-presidente Fernando Collor, indicado para a CPI da Petrobras. Renan articula a participação do PMDB na CPI. Collor representa o PTB, presidido por Roberto Jefferson, na mesma comissão.
Collor é recebido por Dilma após ser indicado para a CPI da Petrobras
Governistas tentam impedir que novas denúncias entrem na investigação
BRASÍLIA. Um dia depois de ser indicado oficialmente para integrar a CPI da Petrobras, o senador Fernando Collor (PTB-AL), um aliado do governo Lula, foi recebido ontem pela chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Nenhum dos dois falou sobre o encontro, o primeiro do senador com a ministra. Os governistas concentraram forças ontem na tentativa de impedir que novas denúncias sobre a estatal sejam incorporadas pela oposição à investigação. Ameaçavam revidar, apurando também a atuação de diretores da estatal durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Cotado para assumir a relatoria da CPI, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), defendeu que a investigação se dê, inicialmente, sobre os fatos determinados que motivaram sua criação:
- Temos de começar pelos fatos determinados com calma, sem agonia e sem bater boca, exercendo quando preciso a força da maioria. Se a oposição quiser ampliar a investigação, teremos de decidir se vamos levantar os fatos só desta década ou da passada também.
Temor dos governistas é que CPI fique igual à dos Bingos
O temor dos governistas é que ocorra com a CPI da Petrobras o mesmo que aconteceu com a dos Bingos, que acabou batizada de CPI do Fim do Mundo ao incorporar no seu universo de investigação toda e qualquer denúncia contra o governo. O senador João Pedro (PT-AM), um dos nomes mais fortes para assumir a presidência da CPI, chegou a defender que a nova investigação apure os motivos do acidente com a plataforma P-36, que afundou em 2001 após três explosões, na Bacia de Campos, deixando 11 mortos.
- Essa é conversa de sem-vergonha. O governo Fernando Henrique acabou faz seis anos. Não adianta terrorismo, não vamos deixar que joguem nada para debaixo do tapete. Sempre que esse governo é acusado de alguma coisa, ele vem com essa mesma história de investigar o governo passado - reagiu o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Paralelamente à tentativa do governo de montar sua estratégia de atuação, prossegue nos bastidores da base aliada uma queda de braço entre PMDB e PT pelo comando da comissão. Diante da preferência do líder petista, Aloizio Mercadante (SP), pela indicação de Jucá para a relatoria, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), disse ontem que ainda não decidiu se reivindicaria a presidência ou a relatoria para seu partido. Se ficar com a primeira opção, tudo indica que Renan dará a vaga a Paulo Duque (PMDB-RJ), deixando ao PT o posto de relator.
No PT a disputa, a princípio, é pela presidência. João Pedro levaria ligeira vantagem sobre a líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (PT-SC). Seus defensores alegam que ele estaria mais disponível para se dedicar à CPI do que Ideli. Outro grupo, porém, diz que o senador não teria experiência para comandar uma sessão da CPI sob a pressão da oposição.
DEU EM O GLOBO
Dois dias depois de o presidente Lula se reunir com o senador Renan Calheiros, a ministra Dilma Rousseff recebeu ontem, em seu gabinete, o ex-presidente Fernando Collor, indicado para a CPI da Petrobras. Renan articula a participação do PMDB na CPI. Collor representa o PTB, presidido por Roberto Jefferson, na mesma comissão.
Collor é recebido por Dilma após ser indicado para a CPI da Petrobras
Governistas tentam impedir que novas denúncias entrem na investigação
BRASÍLIA. Um dia depois de ser indicado oficialmente para integrar a CPI da Petrobras, o senador Fernando Collor (PTB-AL), um aliado do governo Lula, foi recebido ontem pela chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Nenhum dos dois falou sobre o encontro, o primeiro do senador com a ministra. Os governistas concentraram forças ontem na tentativa de impedir que novas denúncias sobre a estatal sejam incorporadas pela oposição à investigação. Ameaçavam revidar, apurando também a atuação de diretores da estatal durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Cotado para assumir a relatoria da CPI, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), defendeu que a investigação se dê, inicialmente, sobre os fatos determinados que motivaram sua criação:
- Temos de começar pelos fatos determinados com calma, sem agonia e sem bater boca, exercendo quando preciso a força da maioria. Se a oposição quiser ampliar a investigação, teremos de decidir se vamos levantar os fatos só desta década ou da passada também.
Temor dos governistas é que CPI fique igual à dos Bingos
O temor dos governistas é que ocorra com a CPI da Petrobras o mesmo que aconteceu com a dos Bingos, que acabou batizada de CPI do Fim do Mundo ao incorporar no seu universo de investigação toda e qualquer denúncia contra o governo. O senador João Pedro (PT-AM), um dos nomes mais fortes para assumir a presidência da CPI, chegou a defender que a nova investigação apure os motivos do acidente com a plataforma P-36, que afundou em 2001 após três explosões, na Bacia de Campos, deixando 11 mortos.
- Essa é conversa de sem-vergonha. O governo Fernando Henrique acabou faz seis anos. Não adianta terrorismo, não vamos deixar que joguem nada para debaixo do tapete. Sempre que esse governo é acusado de alguma coisa, ele vem com essa mesma história de investigar o governo passado - reagiu o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Paralelamente à tentativa do governo de montar sua estratégia de atuação, prossegue nos bastidores da base aliada uma queda de braço entre PMDB e PT pelo comando da comissão. Diante da preferência do líder petista, Aloizio Mercadante (SP), pela indicação de Jucá para a relatoria, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), disse ontem que ainda não decidiu se reivindicaria a presidência ou a relatoria para seu partido. Se ficar com a primeira opção, tudo indica que Renan dará a vaga a Paulo Duque (PMDB-RJ), deixando ao PT o posto de relator.
No PT a disputa, a princípio, é pela presidência. João Pedro levaria ligeira vantagem sobre a líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (PT-SC). Seus defensores alegam que ele estaria mais disponível para se dedicar à CPI do que Ideli. Outro grupo, porém, diz que o senador não teria experiência para comandar uma sessão da CPI sob a pressão da oposição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário