Novo presidente do STF, que assumirá amanhã, dá sinais de que sua gestão
privilegiará discrição e garantia de acesso
Felipe Recondo
BRASÍLIA - O novo presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa,
montou seu staff e, pelos nomes escolhidos, demonstrou preocupação em exercer
um mandato discreto, protegido de desvios administrativos e financeiros, com
certa projeção internacional e garantia de acesso ao tribunal de pessoas em
vulnerabilidade econômica ou social.
Barbosa nomeou como diretor-geral o auditor do Tribunal de Contas da União
Fernando Silveira Camargo, que cuidará das contas da Corte. Antes de escolhido
para o cargo, Camargo era secretário de Gestão de Pessoas do TCU. Conforme
integrantes do tribunal, a escolha de alguém com experiência em gestão pode
destravar algumas amarras do Supremo.
Barbosa já conversou reservadamente com alguns ministros sobre a necessidade
de tornar mais ágeis os julgamentos. Na pauta, há centenas de processos, número
que aumentou por causado julgamento do mensalão, em curso desde agosto. Para
ajudar nessa tarefa, o ministro indicou como secretária-geral uma de suas
antigas assessoras, Flávia Beatriz Eckhardt.
Harmonização. No campo político, Barbosa preocupa-se em afinar relações com
os demais Poderes e chamou para chefiar seu gabinete o diplomata Silvio José
Albuquerque e Silva, que comandou o Departamento de Direitos Humanos e Temas
Sociais do Ministério de Relações Exteriores. Ele terá a função de agregar,
pacificar e afinar o contato do STF com o Executivo e o Legislativo.
Barbosa será empossado presidente do Conselho Nacional de Justiça na próxima
semana, para onde até agora não nomeou assessores. Conforme integrantes do
Conselho, a definição do staff indicará como será sua gestão.
No CNJ, Barbosa terá de conviver com a composição majoritariamente formada
durante a gestão do ex-presidente Cezar Peluso. Conforme ministros do STF, a
composição atual é corporativista e pouco disposta a mudanças. Barbosa tem
críticas contundentes a determinados costumes do Judiciário. Uma delas, a
atuação de advogados que têm parentesco com ministros nos tribunais superiores.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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