A Argentina, que enfrentou ontem um dia de greve, é muito dependente das
exportações de soja. A safra foi menor, por causa da seca do início do ano, e
entraram menos dólares na economia. Há controle para a compra e venda de moeda.
A Venezuela vive problema semelhante quando cai o preço do petróleo. O Chile
está sujeito às oscilações do cobre, mas criou um fundo soberano de reservas.
É sempre um risco para um país a concentração de exportações em commodities.
O preço tem cotação internacional e a produção, no caso das agrícolas, está
sujeita às mudanças do clima. Segundo dados da consultoria argentina Abeceb, a
exportação do complexo soja representa 24,5% do total exportado pela Argentina.
Isso quer dizer que um em cada quatro dólares que entram na economia depende da
produção de soja. Juntando milho e trigo, o percentual chega a 33%. O
economista-chefe da consultoria, Mariano Lamothe, explicou à coluna que a seca
no início do ano e o excesso de chuvas, agora, afetaram a produção.
Na Venezuela, segundo o economista Pedro Palma, da consultoria Ecoanalítica,
95% da receita de exportação vêm do petróleo. Quando o preço no mercado
internacional cai, a economia venezuelana desaba junto. Foi isso que aconteceu
em 2009 e 2010, quando o PIB recuou 3,2% e 1,5%, respectivamente. Pior, o
governo Chávez não aproveita os tempos de vacas gordas para fazer poupança.
Hoje, o país convive com várias taxas de câmbio.
O Chile cresceu 5,7% no terceiro trimestre, em relação ao mesmo período de
2011. Mas o crescimento veio acompanhado de déficit em conta corrente, que
disparou de 3% para 7% do PIB. O consumo foi forte e as importações aumentaram.
O cobre representa metade do que o país exporta, e o preço caiu. Os chilenos,
no entanto, têm um fundo soberano para guardar dólares. Isso impede a falta de
moeda estrangeira em tempos mais bicudos.
Melhor do que todos faz o Brasil. Embora ainda dependente da exportação de
matérias-primas, temos a vantagem de exportar commodities agrícolas, minerais e
de energia. Quando o preço de um cai, o de outro pode subir. É o que está
acontecendo este ano. A exportação de minério de ferro despencou 25%, mas foi
compensada pelo aumento da exportação de soja, que subiu 18%. Menos mal.
Dúvida sobre crescimento argentino. O nível de atividade econômica na Argentina pode ser ainda mais fraco do que
o divulgado pelo Indec, o instituto oficial de estatísticas. A consultoria
inglesa Capital Economics tem um indicador próprio para medir o crescimento do
país, como mostra o gráfico abaixo. Ele indica um ritmo de expansão menor nos
últimos anos.
O custo das guerras para os EUA. Manter a máquina de guerra tem custado caro aos americanos. O departamento
de Defesa solicitou US$ 150 bilhões para pagar militares ativos e inativos no
ano que vem. No total, o Orçamento da pasta é de US$ 525 bilhões para 2013. Com
os cortes automáticos, ou seja, em caso de abismo fiscal, haveria redução de
11%, para US$ 469 bilhões. Ainda assim, uma montanha de dinheiro.
Fonte: O Globo
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