terça-feira, 8 de abril de 2014

Dilma reage à oposição e chama adversários para o embate durante evento em Minas

Presidente eleva o tom ao afirmar em que não vai recuar da disputa política. Segundo ela, ataques de adversários são comuns para desgastar quem está no governo

Juliana Cipriani – Estado de Minas

A presidente Dilma Rousseff (PT) avisou nessa segunda-feira aos opositores que seu governo já tem “experiência” em ser atacado em anos eleitorais e não irá recuar diante da briga pela sucessão presidencial que começará oficialmente em junho. Ao entregar, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, máquinas para 151 municípios e anunciar recursos para prefeituras a petista, foi firme ao chamar os adversários para o embate. “Podem ter certeza: O meu governo continuará governando, mantendo o seu caráter republicano, mas nós não iremos recuar um milímetro da disputa política quando ela aparecer”, afirmou a petista no mais forte reduto eleitoral do principal adversário nas urnas, o senador Aécio Neves (PSDB).

O recado veio depois de a presidente posar para fotos com cada um dos prefeitos e representantes das cidades – inclusive do PSDB e do DEM –, que subiram ao palco montado em uma avenida de Contagem para buscar as chaves dos equipamentos entregues. Dilma fez referência ao trabalho da oposição para tentar emplacar investigações contra sua gestão, a principal delas no momento é uma devassa na Petrobras. “É muito usual durante os períodos de pré-campanha no Brasil, como é o de agora, e os de campanha, que haja a utilização de todos os instrumentos possíveis para desgastar esse ou aquele governo. Nós temos experiência disso porque já enfrentamos isso em 2006, na reeleição do Lula, e em 2010, na minha eleição.”, afirmou.

Aos prefeitos, que a esperaram com direito a música ao vivo de um artista local, Dilma disse que seu governo atende a todos. “Não olhamos nem partido nem time de futebol nem a opção religiosa de ninguém. É minha obrigação atender sem a menor discriminação”, afirmou, sendo aplaudida. Antes dela, o prefeito de Joaíma, no Vale do Jequitinhonha, Donizete Lemos (PT) – escolhido para discursar em nome dos beneficiados pelas entregas – encarnou o cabo eleitoral e pediu aos demais presentes que multipliquem o apoio a Dilma. “Temos uma série de ações deste governo que o diferenciam dos passados. Por isso quero pedir a todos os prefeitos que não tenham medo de apoiar a presidente Dilma”, afirmou.

O prefeito disse aos colegas que o dinheiro que os moradores de sua cidade recebem do Bolsa-Família movimentam a economia e que, em sua cidade, antes todos iam para os Estados Unidos, agora eles ficam. Donizete Lemos afirmou ainda que a petista entrega políticas a integrantes de todos os partidos. “Não tenham medo de encarar essa campanha, como nas campanhas passadas. Vamos manter esse governo que alavanca este país. É muita mentirada que a gente escuta por aí. A Dilma governa para todos”, disse.

Se Dilma está pronta para a guerra, o que não falta é munição. Além de entregar 95 caminhões caçamba e 56 pás carregadeiras, a petista, acompanhada de quatro ministros e do pré-candidato do PT ao governo, Fernando Pimentel (PT), listou os investimentos do governo federal nas máquinas que vão ajudar na manutenção de estradas vicinais de pequenas cidades. Foram R$ 37 milhões no material de ontem. Cada kit concedido aos prefeitos com três a cinco máquinas custa de R$ 1 milhão a R$ 1,4 milhão aos cofres federais.

A petista aproveitou para dar duas “boas notícias” aos municípios. Dilma disse ter determinado o pagamento dos R$ 1,5 bilhão para custeio dos municípios brasileiros. É o restante da cota de R$ 3 bilhões prometida depois da marchas dos prefeitos a Brasília no meio do ano passado. “Agora determinei que a Fazenda depositasse os outros R$ 1,5 bilhão. Portanto, o valor estará disponível nas contas das prefeituras até amanhã (hoje)”, disse. O outro anúncio foi que os 548 municípios mineiros que pleitearam 1.382 profissionais dos Mais Médicos os receberão até o fim de abril. “Com isso vamos cobrir com assistência médica a 4,837 milhões de mineiros”, disse Dilma.

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