• Ideia é que, até julho, os dois participem de eventos juntos pelo país
Sérgio Roxo – O Globo
SÃO PAULO - A coordenação da pré-candidatura presidencial de Eduardo Campos (PSB) se reuniu ontem e decidiu acelerar, já a partir da próxima semana, as agendas conjuntas do ex-governador de Pernambuco e da vice da chapa, a ex-senadora Marina Silva. O núcleo de dez nomes que comandará o dia a dia da campanha também foi fechado durante o encontro.
Os coordenadores atuarão em dupla, sendo sempre um representante do PSB e um outro adjunto da Rede, o partido que Marina tentou criar, mas teve o registro negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ano passado. Todos os indicados pela ex-senadora trabalharam na campanha presidencial de 2010. A coordenação geral ficará com Carlos Siqueira, secretário nacional do PSB, e Bazileu Margarido, que foi presidente do Ibama quando a pré-candidata a vice ocupou o Ministério do Meio Ambiente no governo Lula.
Também está definido que não haverá na campanha de Campos a figura do marqueteiro nos padrões tradicionais. A coordenação de comunicação ficará com o jornalistas Alon Feuerwerker e Nilson Oliveira. O último assessorou Marina em 2010. O sociólogo argentino Diego Brandy, uma espécie de guru de Campos desde a sua primeira eleição para o governo de Pernambuco, em 2006, será o responsável pelos programas de televisão e rádio, mas estará subordinado ao núcleo de Alon e ao comando geral da campanha. Brandy é especialista em pesquisas de opinião e rejeita o rótulo de marqueteiro.
O tesoureiro será Henrique Costa, amigo pessoal de Campos. Os dois estudaram juntos na faculdade de economia em Pernambuco. Costa fez carreira em bancos, como o BankBoston e o Banco do Estado de Pernambuco (Bandepe). Ele terá como adjunto Rubens Novelli, que já exerceu a mesma função em 2010.
O programa de governo será coordenado pelo ex-deputado federal petista Maurício Rands e por Neca Setúbal, herdeira do Banco Itaú e ligada a Marina. A coordenação de articulação, que ficará responsável pelas conversas com partidos políticos e com as campanhas estaduais, vai ser de responsabilidade do ex-vice-prefeito de Recife Milton Coelho e de Pedro Ivo Batista. Haverá ainda um conselho político, para reunir representantes de legendas aliadas como o PPS, e um conselho cidadão, a ser formado por representantes da sociedade e filiados de outros partidos que quiseram apoiar a candidatura de Campos e Marina.
O QG que vai abrigar a campanha também foi definido. Fica no bairro da Vila Clementino, na Zona Sul de São Paulo. Ainda não há data para a mudança. Uma parte do núcleo de coordenação já começará a trabalhar na semana que vem na sede do diretório paulista do PSB no Planalto Paulista, na mesma região.
— Temos muitos convites para visitas pelo país e precisamos atuar de forma mais dinâmica para definir uma agenda, por exemplo — afirma Siqueira.
A ideia é que, até julho, Marina e Campos participem de eventos juntos como uma forma de apresentar o ex-governador de Pernambuco pelo país. De acordo com a última pesquisa Datafolha, Campos é conhecido por apenas 58% eleitores. Marina tem o recall da campanha de 2010, quando obteve 19,6 milhões de votos.
Os integrantes da campanha admitem que ainda há a possibilidade de o deputado federal Márcio França, presidente do PSB de São Paulo, assumir o lugar de Siqueira na coordenação se a sua candidatura ao governo do estado não vingar. Seu nome foi apresentado para atender à exigência da Rede de ter uma chapa própria em São Paulo, mas os aliados de Marina o rejeitaram por entenderem que ele não representa renovação. Na reunião de ontem, foi acertada a transferência da convenção da legenda, marcada para o dia 10 de junho no Rio, para o dia 29 do mesmo mês em Brasília.
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