- Folha de S. Paulo
Não havia cartazes visíveis com o nome de Dilma Rousseff no local onde foi realizada nesta terça (10) a convenção do PMDB. O partido acabou aprovando a reedição da aliança nacional com o PT, tendo o peemedebista Michel Temer como candidato a vice-presidente.
A expectativa no PMDB era a de que até 80% dos convencionais do partido ratificassem a chapa Dilma-Temer. O percentual final ficou bem abaixo --só 54% dos votos possíveis.
Há um clima entranho entre os grupos que apoiam a reeleição de Dilma. A falta de cartazes com o nome da petista no evento do PMDB foi apenas um de múltiplos exemplos.
Na semana passada, o PP (partido de Paulo Maluf) fez sua propaganda na TV. O bordão principal parecia o de uma legenda de oposição: "Não dá mais". Em seguida, uma explicação curiosa para quem é governo: "A sociedade quer participar e a política e os políticos têm que mudar".
O PP apoia a administração federal. Manda no Ministério das Cidades. Só que Dilma e suas realizações não apareceram na propaganda da legenda. No lugar, havia frases assim: "Têm muita coisa que está entalada em nossas gargantas. A corrupção, a saúde, a educação e o transporte. Ninguém aguenta mais".
Na noite desta terça foi a vez do PSD, de Gilberto Kassab. O ex-prefeito de São Paulo tem prometido apoiar oficialmente a reeleição de Dilma, mas optou por não mostrar nem falar da presidente na propaganda de dez minutos na TV. Já o Plano Real, do tucano Fernando Henrique Cardoso, foi mencionado logo no início, de maneira explícita e bem positiva.
PMDB, PP, PSD e até setores do PT parecem incomodados na hora de elogiar o governo Dilma. As propagandas recentes de PP e PSD mais atrapalham do que ajudam o Planalto. Juras de amor em privado são insuficientes. Na campanha, Dilma terá de encontrar uma fórmula para exorcizar essa atitude envergonhada de alguns de seus aliados.
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