• Dilma diz que juntos os partidos terão mais quatro anos e culpou a crise internacional por dificuldades
Maria Lima – O Globo
BRASÍLIA – A maioria dos peemedebistas que participaram da convenção nacional do partido nesta terça-feira aprovou a aliança com a presidente Dilma Rousseff para a disputa à reeleição. O resultado da votação foi de 398 votos a favor da aliança contra 275. Os votos contra a aliança foram de 41% do total dos votos válidos e 59% a favor. O PMDB havia anunciado, anteriormente, o percentual de 69% de votos favoráveis.
O deputado Darcisio Perondi (PMDB-RS), um dos que se opôs à aliança, afirmou que a fatia de votos contrários mostra uma renovação no partido.
- Fizemos quase 50%. Isso significa que é o novo PMDB nascendo no Brasil – disse.
Em seu discurso durante o evento, a presidente destacou a aliança com o PMDB, e afirmou que juntos eles terão mais quatro anos de governo.
- Teremos mais quatro anos, para realizar mais programas, como acelerar o crescimento econômico – disse. - Acabar com a miséria foi só o começo. Vamos deixar um legado promissor, nós não tememos o futuro.
Também sobraram críticas aos oponentes e aos dissidentes dentro do PMDB. A presidente afirmou que esses blocos representam o passado, ao passo que a aliança atual é o futuro
- Querem dizer que estamos aliados ao atraso. Pelo contrário, estamos aliados ao que tem de mais avançado e mais moderno. Nós somos o avanço, o atraso são eles – disse.
A oposição é que tem a marca do retrocesso, disse Dilma, que afirmou que dificuldades econômicas em seu governo se devem à turbulências internacionais.
- Eu não fui eleita para desempregar ninguém. Eu não fui eleita para arrochar salários. Eu não fui eleita para colocar o país de joelhos – disse. - O mar agitado da crise econômica internacional trouxe dificuldades para o Brasil. Mas Ulysses Guimarães já dizia, navegar é preciso. E no mar agitado nós somos capazes de navegar. Nós temos a experiência para remar até contra a maré, para impedir que aconteça aqui o que aconteceu em outros países avançados, de tirar direitos, levar ao desemprego, levar o desalento a milhões e milhares de famílias de trabalhadores da classe média. Vamos ter uma luta pela frente, conto com vocês.
Dilma também reforçou o que disse mais cedo em convenção do PDT, de que a oposição quer se apropriar de programas de governo de sucesso. Para a presidente, ninguém pode ter o “monopólio” do que foi feito, mas disse que querem “surrupiar” os programas.
Fatia de dissidentes foi maior que o esperado
A dissidência dentro do partido preocupava. Os peemedebistas contrários à reeleição da presidente Dilma chegaram cedo à convenção nacional do PMDB, e foram vaiados ao discursar contra a aliança com o PT.
O vice-presidente Michel Temer havia afirmado que se tivesse 51% dos votos favoráveis já estaria bom. O presidente do partido, Valdir Raupp havia feito uma previsão mais otimista do que o apurado. Ele acreditava em aprovação da aliança com 80% a 90% dos votos.
Os dissidentes distribuíram dois documentos críticos ao governo federal na convenção. “A Petrobras foi totalmente aparelhada. Deixou de ser um orgulho nacional para se transformar em um balcão de negócios destinado a tenebrosas transações. Seu valor de mercado caiu pela metade e sua dívida duplicou nos últimos três anos”, diz um dos documentos, apesar de o PMDB ter indicado diretores da Petrobras nos governos Lula e Dilma.
Em outro manifesto, os dissidentes reclamam de os ministros do PMDB não terem poder de decisão. “Por que sermos corresponsáveis pela volta da inflação, da carestia, pela falência da saúde, da segurança e da saúde?”.
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