• Placar da convenção também serve como demonstração da força dos rebeldes da sigla
Paulo Celso Pereira – O Globo
BRASÍLIA — O resultado da convenção nacional do PMDB, que reeditou a aliança com o PT para tentar reeleger a presidente Dilma Rousseff, será apresentado como uma vitória tanto pelo grupo favorável à aliança quando pelo contrário. O vice-presidente Michel Temer e os principais caciques nacionais da legenda enfim entregaram a mercadoria tão prometida à presidente: o tempo de televisão do partido, que ajudará o PT a tentar o quarto mandato consecutivo na Presidência.
Só que o placar da convenção, com 41% dos votos contrários à aliança, também serve como demonstração da força dos rebeldes da legenda, que finalmente provaram numericamente que não é apenas bravata o risco de Dilma ser cristianizada pelos peemedebistas país afora. O quadro é ainda mais grave se for levada em consideração a articulação promovida por Temer nos últimos dias, pedindo que caciques que apoiarão outros presidenciáveis em outubro dessem seu voto a favor da aliança na convenção. Se estes tiverem honrado a palavra empenhada a Temer, é possível que nem a metade dos dirigentes estejam dispostos a gramar nas ruas por votos para Dilma.
O único fato inconteste a ser colhido da convenção é que, mais uma vez, o PMDB chegará à eleição de outubro com seus pés devidamente distribuídos entre várias canoas. Assim, seja qual for o escolhido no pleito — Dilma, Aécio Neves (PSDB) ou Eduardo Campos (PSB) — não faltarão interlocutores do partido para se apresentarem como aliados fieis do futuro presidente. E assim, no alvorecer de 2015, o PMDB continuará sendo o fiador da governabilidade, seja qual for o governo.
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