Diógenes Campanha, Patrícia Britto – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - A maioria dos Estados que deram as vitórias mais expressivas à presidente Dilma em 2010 agora apresenta quadros adversos à petista.
Há quatro anos, um grupo de dez Estados rendeu a ela 13 milhões de votos de vantagem, no primeiro turno, sobre o segundo colocado.
Agora, em nove desses Estados, os adversários da petista na corrida ao Planalto terão palanques fortes.
Seis deles estão entre os dez maiores colégios eleitorais: Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Ceará.
A perspectiva de eleições mais difíceis ao PT nesses locais se deve a divergências regionais com siglas da base aliada, além da saída do PSB da órbita do governo.
Na Bahia, por exemplo, onde Dilma obteve 2,7 milhões de votos a mais que José Serra (PSDB), o PMDB estará ao lado de Paulo Souto (DEM), que lidera as intenções de voto e apoiará o tucano Aécio.
No Ceará, o senador Eunício Oliveira (PMDB), líder nas pesquisas, abriu o palanque para o candidato do PSDB.
Em 2010, os partidos estiveram juntos na chapa que reelegeu o governador Cid Gomes (Pros), então no PSB.
Bases de rivais
Dilma também deve ter dificuldade para repetir as vitórias obtidas em Pernambuco e Minas Gerais, bases eleitorais de seus rivais.
Em Pernambuco, o PT terá de fazer campanha contra o ex-governador Eduardo Campos (PSB).
"Acredito que ela vence [no Estado], mas não deve ser uma vitória muito larga sobre Eduardo Campos, que aqui vai polarizar com ela", afirmou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
Mas ele diz acreditar que, em um eventual segundo turno contra Aécio, a presidente herdará os votos de Campos. "O sucesso de Eduardo está muito vinculado a Lula, Dilma e as parcerias feitas."
Em Minas, com Aécio na disputa, Dilma não deverá contar com o voto casado difundido entre tucanos do Estado em 2010 que ficou conhecido como "Dilmasia" –com a petista para presidente e Antonio Anastasia (PSDB) para governador do Estado.
Sua aposta no segundo maior colégio eleitoral é o ex-ministro Fernando Pimentel.
No Rio, terceiro maior colégio eleitoral do país, o PT rompeu com o governo do PMDB e Dilma terá que dividir os principais palanques com seus rivais.
As chapas petistas também deverão ter dificuldades no Maranhão, no Piauí, na Paraíba e no Rio Grande do Sul.
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