• Representantes das três principais organizações responsáveis pelas manifestações pró-impedimento definem calendário conjunto de ações; CUT diz que vai organizar atos em defesa de Dilma
Pedro Venceslau e Mateus Fagundes - O Estado de S. Paulo
Embalados pela decisão anunciada ontem pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de acolher o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, os grupos de oposição ao governo já marcaram uma manifestação para o dia 13 de dezembro na Avenida Paulista, em São Paulo.
Representantes das três principais organizações responsáveis pelas manifestações pró-impeachment realizadas este ano se reuniram, nesta quinta-feira, 3, para definir um calendário conjunto de ações. "No dia 13 faremos um "esquenta" e anunciaremos a próxima grande manifestação", diz Renan Santos, porta-voz do Movimento Brasil Livre (MBL).
Os grupos aguardam uma decisão dos deputados sobre o adiamento ou a manutenção do recesso parlamentar, que se inicia no dia 23, para definir a data. "Nosso plano era ter uma ação mais gradativa, mas agora aceleramos o processo", diz Rogério Chequer, do Vem Pra Rua (VPR).
Os ativistas pretendem também mapear os deputados que se dizem contra o impedimento para pressioná-los em suas bases eleitorais e nas redes sociais. Os líderes dos partidos de oposição consideram as mobilizações contra a presidente Dilma determinantes para que o impeachment avance na Casa.
O presidente da Câmara decidiu dar prosseguimento ao pedido formulado pelo ex-deputado petista Hélio Bicudo, pelo jurista Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso e pela advogada e professora de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Janaina Paschoal, que pede o impedimento de Dilma com base nas pedaladas fiscais de 2014 e 2015.
Movimentos sociais. Já o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, afirmou nesta quinta que a entidade vai às ruas para impedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele também criticou fortemente o presidente da Câmara. "Não há motivação nenhuma nesta solicitação a não ser o desespero de Cunha, que deveria estar preso", criticou. "O deputado tenta tirar o foco das suas irregularidades e da possibilidade grande de ele ser deposto e preso."
Freitas disse que o primeiro ato está previsto para ser realizado na tarde desta sexta-feira (4), em Brasília. "É um ato contra o golpe e contra o retrocesso na democracia", afirmou. Apesar disso, elenão deixou de criticar mais uma vez a atual política econômica do governo. "Não é apenas o ministro (da Fazenda Joaquim) Levy. É toda uma política que está construindo a recessão econômica", disse.
No lançamento de uma agenda pelo desenvolvimento do País, que reúniu sindicalistas e empresários, Freitas afirmou que o Brasil não precisa de tranquilidade para superar a crise econômica em curso. "O Brasil tem alternativas e outras pautas que não o impeachment e a Operação Lava Jato", disse. "O evento de hoje tem como objetivo propor alternativas de saída da crise, por meio da defesa dos interesses dos trabalhadores e a paralisia da economia."
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