- O Estado de S. Paulo
RIO - Antes de encontrar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), recebeu um telefonema da presidente Dilma Rousseff, durante entrevista em que criticava a abertura do processo de impeachment. Ele disse que a ligação foi o retorno de Dilma a um contato anterior que fizera.
Pezão se solidarizou com a presidente e declarou pretender ajudá-la “no que for possível”, mas que não tem como influenciar os deputados do Rio a votarem contra o impedimento. “Não tenho esse poder de ter peso na bancada federal. O apelo que faço aos deputados e senadores do Rio é que a gente termine rapidamente com esse processo e dê governabilidade ao país”, disse o governador após falar com Dilma
Para Pezão, a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDBRJ), “não ajuda o País”. “Ele deve se afastar. É lamentável que a gente vá para o segundo ano (do atual mandato de Dilma) tendo que discutir impeachment, quando o País está precisando que as pessoas se entendam. Respeitem o resultado das urnas. Já perdemos um ano desmontando pauta-bomba, em que a racionalidade não imperou na Câmara dos Deputados. Passamos um ano sem o País crescer, com as pessoas perdendo o emprego”
Na avaliação do governador, não há paralelo entre a situação vivida por Dilma e a enfrentada pelo ex-presidente Fernando Collor, em 1992. “Não dá pra comparar. Dilma é uma pessoa séria, uma pessoa honesta. Ela teve dificuldades de governabilidade porque o partido dela não soube entender o momento em que nós saímos das eleições. Mas ela é uma pessoa acima de qualquer dúvida sobre sua vida, sua dedicação”, afirmou Pezão. Collor foi afastado da Presidência da República naquele ano após sofrer um impeachment. / V.N. e C.T
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