sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Vice e governador desmentem Planalto

• Temer nega ter dito que ‘não vê nenhum lastro para processo de impeachment’

Jorge Bastos Moreno - O Globo

-BRASÍLIA- O vice-presidente Michel Temer desmentiu ao Blog do Moreno versões dadas por ministros sobre sua reunião ontem de manhã com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto. Temer, por meio de sua assessoria, negou ter dito a frase atribuída a ele pelo ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, durante uma coletiva. Mais cedo, Wagner disse:

— O vice Michel Temer tem longa trajetória de democrata e constitucionalista. Assim como nós, Temer não vê nenhum lastro para esse processo de impeachment. O vice desmentiu: — Eu não disse isso em momento algum da minha conversa com a presidente.

Antes, Temer já havia negado a frase dita pelo ministro Edinho Silva (Comunicação), que informara que o vice daria assessoria jurídica para Dilma na defesa do processo de impeachment. Temer negou:

— Essa não é função do vicepresidente da República.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB-PE), também desmentiu ontem que que tivesse assinado um documento repudiando a abertura do processo de impeachment. Em nota, Câmara disse: “Não houve tempo, de minha parte, de conversar sobre esta nota que está circulando como sendo a posição dos governadores do Nordeste. A nota divulgada, a qual respeito, não teve minha participação. E, por isso, gostaria de externar minha posição”.

A nota diz ainda: “Entendo que não existe, até aqui, as condições para o impedimento da presidente da República. Mas há agora um fato consumado: foi aberto o processo de impeachment, para o qual, no meu entender, o presidente Eduardo Cunha tem sua legitimidade comprometida na condução da Câmara. Ele precisa deixar a presidência da Casa”.

Paulo Câmara: união nacional
Câmara diz que é preciso ter união nacional para que o momento seja superado. “É necessária uma união nacional para a superação dos atuais obstáculos. Temos que trabalhar duro para que em 2016 esta crise política seja ultrapassada e que os problemas econômicos sejam efetivamente enfrentados. Isso só será possível com estabilidade política para resgatar a confiança e a credibilidade na nossa economia”.

Durante uma coletiva, o ministro Jaques Wagner reafirmou o apoio de Paulo Câmara.

A nota começou a circular ontem e o governo a replicou no Blog do Planalto. Nove governadores do Nordeste — Ceará, Maranhão, Sergipe, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia e Piauí — diziam repudiar a abertura do processo de impeachment.

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