Por Fabio Graner | Valor Econômico
BRASÍLIA - O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, terá duas missões prioritárias: normalizar a liberação de empréstimos, cujo ritmo está abaixo do considerado desejável pelo setor produtivo e o governo - além de estar abaixo dos pagamentos de créditos passados (retornos) - e pacificar o quadro de funcionários, que estava em crise com sua antecessora Maria Sílvia Bastos Marques.
Um dos objetivos traçados pelo governo, segundo apurou o Valor, é garantir que, no mínimo, o montante de crédito novo seja igual ao dos pagamentos realizados pelas empresas. Há preocupação com o crescimento do caixa do banco, que já estaria em torno de R$ 150 bilhões, justamente por causa de um volume de retorno maior que o de liberações. Ao equilibrar o fluxo de entradas e saídas, o caixa da instituição pararia de crescer e, ao mesmo tempo, haveria um arrefecimento nas críticas do setor empresarial, em especial da indústria, à instituição.
Segundo fonte do governo, a pacificação do corpo funcional por si só ajudaria a "destravar" o crédito, levando-o a um nível mais compatível com a economia atual, que estaria esboçando uma retomada do crescimento. Informações que chegam a Brasília davam conta de que os funcionais do banco gostariam que a ex-presidente tivesse feito uma defesa mais enfática dos técnicos do BNDES diante das acusações feitas à instituição no âmbito da Operação Lava-Jato. Nesse ambiente, havia uma dificuldade maior em fazer o banco funcionar normalmente.
"Não se trata de fazer nenhuma maluquice, mas o banco estava operando abaixo do que poderia", disse uma fonte, ressalvando que o trabalho feito pela ex-presidente Maria Sílvia Bastos deixou a instituição preparada para uma fase de maior concessão de crédito, em linha com a atividade econômica operando em alta moderada. Ontem, o presidente Michel Temer se reuniu com Rabello de Castro e os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo de Oliveira, para alinhar as prioridades daqui em diante.
Missão de Rabello de Castro é emprestar mais
O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, terá pelo menos duas missões prioritárias no comando da instituição: normalizar a liberação de empréstimos - cujo ritmo, apesar de um pouco melhor no último mês, ainda estaria abaixo do considerado desejável e inferior aos pagamentos de créditos passados (retornos) - e pacificar o corpo de funcionários, em crise com a antecessora Maria Silvia Bastos Marques, por conta do que considerariam falta de uma defesa mais enfática dos técnicos ante as denúncias que afetam o banco estatal de fomento.
O Valor apurou que um dos objetivos que o governo traçou é garantir que no mínimo o montante de crédito novo seja igual aos volume pagos pelas empresas. Há preocupação com o crescimento do caixa do banco, que já estaria em torno de R$ 150 bilhões, por conta dos retornos maiores que as liberações. Ou seja, ao equilibrar o fluxo de entradas e saídas, o caixa da instituição pararia de crescer e ao mesmo tempo haveria uma ajuda para a economia e um arrefecimento das críticas do setor empresarial, em especial da indústria.
Segundo uma fonte do governo, a pacificação do corpo funcional por si só ajudaria a "destravar" o crédito, levando-o para um nível mais compatível com a economia atual, que ensaia uma retomada. É que, na visão dessa fonte, com a crise envolvendo os funcionários, havia uma dificuldade maior de fazer o banco funcionar mais normalmente.
"Não se trata de fazer nenhuma maluquice, mas o banco estava operando abaixo do que poderia", disse a fonte, destacando ainda que o trabalho feito por Maria Silvia deixou a instituição preparada para concessões mais elevadas de crédito, em linha com uma atividade econômica em alta moderada.
Ontem, o presidente Michel Temer fez uma reunião com Paulo Rabello e os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo de Oliveira, para dar um alinhamento de trabalho ao novo integrante da equipe econômica do governo.
O tema da "agilização" do crédito do banco esteve presente na reunião. A leitura, segundo uma fonte palaciana, é que o problema da fraca liberação de crédito estaria relacionado a questões operacionais do banco, decorrentes da burocracia que Maria Silvia estava supostamente com dificuldade de superar, e não de uma definição política de contração do crédito da instituição.
Na gestão dela, o banco sempre alegou que a queda nos empréstimos estaria relacionada à baixa demanda das empresas, em função da grave recessão que acometeu a economia desde 2015. Empresários, contudo, em especial da indústria, afirmavam que a contração no crédito da instituição era superior à queda na demanda. O debate ensejou até uma reunião de Temer com Maria Silvia em março para que ela esclarecesse a situação.
Mais recentemente, Maria Silvia se aproximou do setor industrial e houve alguma melhora nos dados de desembolsos do banco, cujo ritmo de queda se desacelerou no primeiro quadrimestre em relação ao dado acumulado em 12 meses.
Em São Paulo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, elogiou a escolha de Rabello de Castro. Ele destacou se tratar de "um economista liberal que acredita no mercado". Meirelles também elogiou o trabalho de Maria Silvia. (Colaboraram Luciano Máximo e Estevão Taiar, de São Paulo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário