Giba Bergamim Jr. | Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - O presidente Michel Temer (PMDB) chamou a atual crise política de "desafios acidentais" durante discurso a empresários na noite desta segunda-feira (29), num hotel da zona sul de São Paulo.
"O Brasil é muito maior do que esses desafios circunstanciais, acidentais, que ocorrem nos últimos tempos", afirmou.
A declaração ocorreu no Fórum de Investimentos Brasil 2017, que teve a participação dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Blairo Maggi (Agricultura), do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e do prefeito João Doria (PSDB).
"O Brasil está de volta. A inflação está sob controle, criamos condições para a redução responsável de juros e a economia voltou a crescer", afirmou.
Mesmo diante da crise política deflagrada com a divulgação das gravações do dono da JBS, feitas na residência oficial do presidente, Temer buscou dar uma mensagem de otimismo a presidentes de empresas multinacionais.
Antes do evento com empresários, o presidente Michel Temer se reuniu no mesmo hotel com medalhões do PSDB: o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente do partido Tasso Jereissati e o ministro Moreira Franco.
MEIRELLES DEFENDE REFORMAS
O ministro da Fazenda Henrique Meirelles disse que não está nem pensando no fato de seu nome ter sido colocado como eventual candidato numa eleição indireta. "Estou focado no meu trabalho e disposto a fazer o pais voltar a crescer", disse. Questionando novamente, ele respondeu: "Não trabalho pensando em hipóteses", afirmou.
Ele disse que sua participação no evento será para dizer aos investidores que o país segue em momento propício para o crescimento. "A mensagem é que o Brasil tem enormes oportunidades de investimentos. Temos uma economia que volta a crescer", disse.
Meirelles disse que atualmente há demanda para investimentos em infra-estrutura. Ele afirmou que a crise política atual em que se discute a saída do presidente Temer não afetará esses investimentos pelo fato de eles serem de longo prazo.
Sobre a possível saída de Temer, Meirelles afirmou que a discussão em torno da crise política não deve afetar as reformas (Trabalhista e da Previdência), debatidas no Congresso Nacional. "Não acredito, mas se acontecer [saída de Temer], não vejo, a esta altura, alguém com disposição e condições de fazer o Brasil voltar atrás", disse.
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