- Veja
Enquadrados em moldes pré-fixados, nem pareciam candidatos à Presidência de uma República disfuncional
A julgar pelo desempenho dos candidatos no primeiro debate entre postulantes à Presidência da República, os próximos não prometem grande coisa além de uma competição entre figurinos pré-moldados: Alckmin, o moderado experiente; Bolsonaro, o porta-voz do senso comum; Ciro, o senhor sabe tudo; Marina, a toda pura; Meirelles, o gerente das contas; Alvaro Dias, o dono da indignação universal; Boulos, o esquerdista diferentão; e Daciolo, o tresloucado de plantão.
Nesse aspecto cumpriram bem suas respectivas funções num esforço para se mostrarem todos muito civilizados, claramente empenhados em produzir um espetáculo para ser avaliado como de “alto nível”. Podem até ter ganhado essa classificação, mas ficaram devendo o essencial: discutir a sério o que fazer para endireitar o funcionamento dessa nossa República hoje disfuncional posta de vez fora dos trilhos por um presidente (Lula), que governou como se fosse dono da Nação composta de súditos, não de cidadãos.
As coisas no Brasil estão completamente fora do lugar, mas nenhum deles abordou essa questão de maneira consistente. O debate, quando resvalou no tema não passou de superficialidades, demagogia e obviedades. Soluções simples, cada qual tinha a sua, para um país cuja complexidade passou a largo das abordagens dos candidatos. Medrosos, todos mais preocupados em transitar em terrenos seguros com medo de errar do que em mostrar de que maneira podem acertar.
Mesmo Alckmin, dono do discurso mais consistente, veio lá com a solução de sempre: a reforma política, prometendo que será a primeira a enfrentar. É? Como? Faltou explicitar. Assim como faltou a seus colegas de bancada dizer ao eleitorado o principal: qual é o caminho para que o Brasil reencontre seu rumo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário