- Esquerda Democrática
A nova direita europeia, que tantos admiradores tem entre nós, continua a seguir seu programa anti-imigração: a "pureza étnica" é um dos seus princípios orientadores, ao lado do conservadorismo nos costumes e do ataque à sociedade aberta e multicultural que a globalização – um dos lados positivos dela – traz consigo.
Em Castelnuovo di Porto, no Lácio, centenas de imigrantes já integrados à sociedade italiana acabam de ser violentamente removidos. O escritor Andrea Camilleri ergue sua voz em defesa daqueles "estrangeiros" – ainda por cima tão necessários num país que envelhece rapidamente, como é a Itália, nisso semelhante a muitos outros países europeus.
São tempos de egoísmos nacionais ou, seria melhor dizer, nacionalisteiros. Tempos em que a imaginação política fica bloqueada, o pensamento dominante se restringe a um "Me first", o humanismo e a solidariedade são apontados como ideias fora de lugar e de propósito. Tempos de "vulgaridade nazista", como o grande escritor faz questão de sublinhar, e aqui não é o momento de questionar o uso, adequado ou não, do termo "nazismo".
O importante é que Camilleri reúne forças para bradar: "Non in nome mio". "Non nel nostro nome", acrescentaríamos. Em lugar nenhum, nunca.
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