Nova tentativa do político de 77 anos testa apelo antiestablishment que o fez despontar entre progressistas em 2016
- O Globo e New York Times
NOVA YORK — Bernie Sanders, o senador independente de Vermont cuja agenda política ajudou a empurrar o Partido Democrata para a esquerda, anunciou nesta terça-feira que vai concorrer à Presidência dos Estados Unidos novamente. A nova aposta do político de 77 anos testará se ele conseguiu manter o apelo antiestablishment que o fez despontar em 2016, quando acabou derrotado por Hillary Clinton na disputa pela candidatura democrata para enfrentar o republicano Donald Trump nas urnas.
Autointitulado socialista democrático, Sanders advoga por um salário mínimo nacional de US$ 15 por dia, um sistema de saúde universal e ensino superior gratuito, pautas que se tornaram pilares da ala mais progressista do Partido Democrata. Ele é uma das mais proeminentes figuras de Washington a se lançarem na já engarrafada disputa do partido contra a reeleição de Trump, a quem repetidamente chamou de "mentiroso patológico" e "racista".
"Estou concorrendo à Presidência. Eu peço a vocês que se juntem a mim hoje como parte de um campanha de raiz sem precedentes e histórica que vai começar com ao menos um milhão de pessoas por todo o país", escreveu Sanders no Twitter, ao anunciar a candidatura com um vídeo sobre seu histórico na política e suas principais propostas.
Nesta terça-feira, Sanders enviou um e-mail a apoiadores no qual relembrava o começo da campanha de 2016. Na ocasião, ouviu que suas ideias eram "radicais" e "extremas", ligadas ao combate às mudanças climáticas e ao aumento de impostos dos americanos mais ricos — o "1%" que concentra a riqueza, como costuma ressaltar em seus discursos. O senador não bateu a favorita Hillary, mas deixou a campanha em alta e puxou a agenda do partido para a esquerda, sobretudo depois da vitória de Trump.
"Bem, três anos vieram e se foram. E, como resultado de milhões de americanos se levantando e lutando, todas essas políticas e outras novas agora são apoiadas pela maioria dos americanos", destacou Sanders no e-mail a apoiadores.
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