Bolsonaro
não pode mais deixar o poder, daí as armas, a blindagem e os jagunços, dentro
ou fora da lei
Sem
essa de maricas no seu quintal. Jair Bolsonaro gosta de se cercar de rapazes fortes,
marombados. Daniel de
Tal, ex-PM e YouTuber federal, é um deles. Há dias, para impressionar
Bolsonaro, o bofe gravou um vídeo pregando o fechamento da democracia e
ameaçando bater com um gato morto nos 11 senhores do STF, que, juntos, passam
de 700 anos de idade. Outro favorito de Bolsonaro era o também ex-PM e também
he-man Adriano
Nóbrega. Mas a vida dá voltas. Daniel tornou-se um estorvo para
Bolsonaro e foi jogado ao mar. E, por motivo de força maior, em 2020, na Bahia,
Adriano foi convencido a ir para o céu.
Por sorte, abundam reposições. Bolsonaro, como se sabe, prestigia qualquer formatura de PMs e bombeiros. Não apenas se sente bem entre aqueles coletes e coturnos, como admira a constância com que as duas corporações suprem a milícia —três forças com que um dia precisará contar numa eventualidade. Para se garantir e não correr riscos, Bolsonaro igualmente não perde as formaturas de cadetes, certo de que os jovens oficiais lhe serão mais eficientes do que os generais puídos e babões que hoje o avalizam.
Completando
seu fascínio pelos homens de ação, Bolsonaro tenta a todo custo “flexibilizar”
os decretos que restringem armas de fogo. Por ele, qualquer bonitão capaz de aguentar
no braço o tranco de um fuzil ao disparar deve ter o direito de portar esse
fuzil e usá-lo contra os inimigos da pátria, como os globalistas,
constitucionalistas, jornalistas e outros comunistas que ameaçarem sua
perpetuação no poder.
Sim,
porque esse é o objetivo de tanta macheza. Bolsonaro já foi alertado de que não
pode mais deixar o poder. Precisa dele —blindando-se, armando-se, cercando-se
de jagunços, dentro ou fora da lei— para não ser levado ao banco dos réus.
Do qual, se se sentar, pode nunca mais se levantar. Só a contagem de seus crimes levará décadas.
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