Blog do Noblat / Metrópoles
O
que mete medo em Bolsonaro e o que ele não liga
Enquanto
Michel Temer (MDB-SP) foi presidente da República, ninguém entrava com celular
no seu gabinete do terceiro andar do Palácio do Planalto. Medida de segurança
para que não fosse gravado. Não adiantou: um belo dia, um empresário entrou
tarde da noite no Palácio da Alvorada e gravou Temer, que quase caiu.
O
presidente Jair Bolsonaro só se preocupa com a preservação da própria vida
depois da facada que levou em Juiz de Fora. Compra drones para escapar de
ameaças pelo alto, procura explosivos em locais improváveis e desconfia da
comida que lhe servem. Quanto a proteger-se de gravações indesejáveis, não
liga.
Nem mesmo depois da conversa que teve em março último com os irmãos Miranda sobre a compra superfaturada da vacina indiana Covaxin. Ela pode ter sido gravada. É por isso que Bolsonaro, até aqui, evita bater de frente com os irmãos ou negar o que eles dizem ter ouvido de sua boca.
Para
espanto de muitos dos seus auxiliares, até ontem à noite, pelo menos, era livre
o passe de quem visitasse Bolsonaro no Palácio do Planalto carregando celular.
Um dos visitantes fez o gesto de entregar o celular a um ajudante de ordem do
presidente ou a alguma das suas secretárias. Em vão.
Só
falta Alckmin retirar um pé para sair do PSDB e entrar no PSD
O
político que governou São Paulo por mais tempo está de saída do único partido
que teve ao longo da sua vida
Geraldo
Alckmin, governador de São Paulo por três vezes, por duas vezes candidato a
presidente da República, já retirou um dos seus pés do único partido que teve
ao longo de sua trajetória política, o PSDB, e o fincou com força no PSD de
Geraldo Kassab, ex-prefeito de São Paulo. O outro pé, em breve, irá para o
mesmo endereço.
Antes,
ele ainda parecia disposto a esperar a disputa das prévias do PSDB que definirá
o candidato do partido a presidente. Se João Doria, governador de São Paulo,
fosse o escolhido, Alckmin abandonaria o partido. Se não, até poderia ficar a
depender de acerto para ser o candidato ao governo.
Convenceu-se
recentemente de que não deve esperar o resultado das prévias. No momento, o
candidato favorito a vencê-las é Eduardo Leite, governador do Rio Grande do
Sul. Mas, nesse caso, Doria permanecerá no governo para eleger o seu sucessor –
e não seria Alckmin. Então por que retardar a ida para o PSD?
Em
todas as pesquisas de intenção de voto divulgadas até aqui, Alckmin aparece à
frente dos seus principais adversários – Guilherme Boulos (PSOL) e Fernando
Haddad (PT). A soma dos índices dos dois supera o dele, mas ainda assim Alckmin
é competitivo. Os paulistas parecem ter um caso de amor com ele.
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