Correio Braziliense
Não bastasse o plano em si, descobriu-se que
reuniões para planejamento dos crimes
O mês de novembro está sendo marcado por
inúmeros acontecimentos importantes, no Brasil e no mundo. Logo na primeira
semana, ocorreu a esmagadora vitória de Trump nas eleições norte-americanas,
fazendo maioria no voto popular, no Senado e na Câmara e provocando muita
preocupação para as democracias ocidentais.
Por aqui, foi possível ler um artigo assinado pelo ex-presidente, publicado na edição de segunda-feira, 11, da Folha de S. Paulo, com o título Aceitem a democracia. Claro que, ao nos depararmos com o título e sua conclamação à aceitação, poderíamos ter diversas reações. A minha foi querer enviar para ele uma caixa de óleo de peroba para lustrar a cara de pau daquele que se recusa, até hoje, a reconhecer o resultado eleitoral de 2022. Aliás, o subtítulo poderia ser "me engana que eu gosto".
Porém, nada como um dia após o outro. Na
quarta-feira seguinte, no início da noite, Brasília foi sacudida por um
atentado cometido por um homem que descobriu-se ser um filiado ao PL e que já
vinha preparando há algumas semanas a ação terrorista.
Horas depois, em depoimento à PF, sua
ex-mulher informou que os dois estiveram juntos nos acampamentos em frente aos
quartéis em 2022 e que o atentado era planejado há muito tempo pelo chaveiro,
com o objetivo de assassinar o ministro Alexandre de Moraes. Sendo impossível
negar o fato, o ex-presidente e seus apoiadores no Congresso e nas redes
passaram a tratar o terrorista como um desequilibrado, procurando se
desvincular politicamente de qualquer relação.
Entretanto, o acontecimento mais impactante
ainda estaria por vir. Na manhã da terça-feira desta semana, oito dias após a
publicação do supracitado artigo, a Polícia Federal prendeu quatro oficiais do
Exército — um general de brigada e três coronéis —, além de um agente da
própria PF, por envolvimento com a tentativa de golpe.
Pudemos acompanhar notícias verdadeiramente
aterradoras e repugnantes que traziam a público o plano urdido pelos presos
para assassinar, em dezembro de 2022, o presidente eleito Lula, seu vice,
Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes. Não bastasse o plano em si,
descobriu-se que reuniões para planejamento dos crimes aconteceram no Palácio
do Planalto e na residência do general Braga Netto.
Todos esses fatos trouxeram à baila
avaliações de jornalistas, parlamentares, dirigentes partidários, sobre a
viabilidade política do projeto de anistia aos criminosos de 8 de janeiro. Há
uma expectativa de que não seja levado adiante, mas ninguém ainda cravou que
será enterrado.
E como tem sido a reação de apoiadores do
ex-presidente? Agindo como quem prefere não enxergar, começaram, como de
hábito, a compartilhar publicações com versões fantasiosas sobre a
investigação. Nada diferente das tentativas daquela narrativa amplamente
divulgada por eles querendo responsabilizar "infiltrados de esquerda"
pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
A verdade é que, a cada fase da investigação,
mais próximo do ex-presidente ela vai chegando. Tudo indica que, em breve,
veremos o indiciamento dos generais Braga Netto e Augusto Heleno.
Cabe ressaltar que, dos mais de mil presos
pelo 8/1, a ampla maioria foi condenada a cumprir penas alternativas e cerca de
30 foram punidos com 12 a 17 anos de prisão. Muita gente, para além da bolha de
apoiadores do ex-presidente, tem questionado o tamanho das penas aplicadas, mas
elas seguem a Lei nº 14.197/2021, que trata dos crimes contra as instituições
democráticas.
O artigo 359-L prevê que tentar, com emprego
de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito tem uma
pena de reclusão entre quatro e oito anos, além da pena correspondente à
violência. Já o artigo 359-M prevê que tentar depor, por meio de violência ou
grave ameaça, o governo legitimamente constituído, tem uma pena de reclusão
entre quatro e 12 anos, além da pena correspondente à violência. A soma das
penas máximas ali previstas pode chegar a 20 anos.
Um comentário:
Assim era a democracia BOLSONARISTA... Criminoso ambiental comandava o Ministério do Meio Ambiente! General incompetente era Ministro da Saúde, militarizando este ministério durante a maior crise de saúde pública em décadas! Ministro da Educação atacava universidades e famílias de alunos, enquanto defendia a prisão dos juízes do STF! Ministro de Minas e Energia, almirante ocultava joias pra que entrassem ilegalmente no país e fossem vendidas particularmente pelo miliciano GENOCIDA que estava na presidência... Precisa mais?
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