DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Apesar de afirmar que 'Dilma tem de montar ministério à sua cara e semelhança', presidente sugere permanência de ministro da Educação
Lisandra Paraguassú/ BRASÍLIA
O ministro da Educação, Fernando Haddad, teve ontem um cabo eleitoral de peso e um palanque próprio na estratégia para continuar no cargo durante no governo de Dilma Rousseff: o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em três cerimônias diferentes e uma reunião privada, Haddad passou o dia com Lula.
Ouviu elogios, insinuações de que o presidente queria sua permanência e teve espaço para defender sua gestão, recentemente muito criticada pelos problemas no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem).
Pela manhã, enquanto inaugurava com Haddad 30 escolas técnicas federais e 25 novos câmpus de universidades, Lula começou dizendo que não indica ministros para a presidente eleita. "Não cabe a mim indicar ministro. Vocês sabem que sou defensor da ideia de que ela (Dilma Rousseff) tem de montar um ministério à sua cara e sua semelhança. Ela tem de escolher o ministério que ela quer porque essa coisa é complicada. Se você monta um time de futebol e você não comanda os jogadores, jogador derruba técnico. Ministro é fácil de colocar. Para tirar é duro", disse o presidente.
Em meio a uma plateia, formada por reitores de universidades federais e institutos tecnológicos, o presidente voltou a tocar no assunto: "Eu estou aqui dizendo que eu não posso indicar ministro, não posso. Se eu pudesse pedir uma vaga ia pedir para mim, mas como eu não posso."
À tarde, em outro evento com Fernando Haddad - dessa vez a entrega do prêmio para as crianças que venceram a olimpíada da língua portuguesa - o presidente aproveitou para elogiar de novo seu ministro. "O Fernando Haddad me proporcionou grandes alegrias na área da educação", afirmou.
Balanço. O ministro teve espaço para defender sua gestão, citou números e realizações. "Não nos furtamos a enfrentar nenhum debate relevante. Nada foi colocado numa gaveta. Os enfrentamentos foram inúmeros. Quantos meses, quanto tempo, quantas reuniões, dezenas, envolvendo técnicos de mais de um ministério. É muita coisa, tem muito suor e lágrimas", disse. "Tivemos muitas vicissitudes, mas tivemos tranquilidade para enfrentar todas."
Ainda sem ter conversado com a presidente eleita sobre sua permanência, Haddad é nome dado como certo no próximo governo - justamente por ser um pedido do presidente Lula. Mas também porque é bem visto por grupos importantes envolvidos com educação.
Ontem mesmo ouviu um elogio do presidente do banco Itaú, Roberto Setúbal, que patrocina a Olimpíada de Português. "Eu tenho uma admiração pessoal pelo ministro Haddad", afirmou. Havia uma expectativa de que a presidente eleita, Dilma Rousseff, receberia Haddad ao final da noite de ontem.
Apesar de afirmar que 'Dilma tem de montar ministério à sua cara e semelhança', presidente sugere permanência de ministro da Educação
Lisandra Paraguassú/ BRASÍLIA
O ministro da Educação, Fernando Haddad, teve ontem um cabo eleitoral de peso e um palanque próprio na estratégia para continuar no cargo durante no governo de Dilma Rousseff: o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em três cerimônias diferentes e uma reunião privada, Haddad passou o dia com Lula.
Ouviu elogios, insinuações de que o presidente queria sua permanência e teve espaço para defender sua gestão, recentemente muito criticada pelos problemas no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem).
Pela manhã, enquanto inaugurava com Haddad 30 escolas técnicas federais e 25 novos câmpus de universidades, Lula começou dizendo que não indica ministros para a presidente eleita. "Não cabe a mim indicar ministro. Vocês sabem que sou defensor da ideia de que ela (Dilma Rousseff) tem de montar um ministério à sua cara e sua semelhança. Ela tem de escolher o ministério que ela quer porque essa coisa é complicada. Se você monta um time de futebol e você não comanda os jogadores, jogador derruba técnico. Ministro é fácil de colocar. Para tirar é duro", disse o presidente.
Em meio a uma plateia, formada por reitores de universidades federais e institutos tecnológicos, o presidente voltou a tocar no assunto: "Eu estou aqui dizendo que eu não posso indicar ministro, não posso. Se eu pudesse pedir uma vaga ia pedir para mim, mas como eu não posso."
À tarde, em outro evento com Fernando Haddad - dessa vez a entrega do prêmio para as crianças que venceram a olimpíada da língua portuguesa - o presidente aproveitou para elogiar de novo seu ministro. "O Fernando Haddad me proporcionou grandes alegrias na área da educação", afirmou.
Balanço. O ministro teve espaço para defender sua gestão, citou números e realizações. "Não nos furtamos a enfrentar nenhum debate relevante. Nada foi colocado numa gaveta. Os enfrentamentos foram inúmeros. Quantos meses, quanto tempo, quantas reuniões, dezenas, envolvendo técnicos de mais de um ministério. É muita coisa, tem muito suor e lágrimas", disse. "Tivemos muitas vicissitudes, mas tivemos tranquilidade para enfrentar todas."
Ainda sem ter conversado com a presidente eleita sobre sua permanência, Haddad é nome dado como certo no próximo governo - justamente por ser um pedido do presidente Lula. Mas também porque é bem visto por grupos importantes envolvidos com educação.
Ontem mesmo ouviu um elogio do presidente do banco Itaú, Roberto Setúbal, que patrocina a Olimpíada de Português. "Eu tenho uma admiração pessoal pelo ministro Haddad", afirmou. Havia uma expectativa de que a presidente eleita, Dilma Rousseff, receberia Haddad ao final da noite de ontem.
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