A Telecom Italia fechou as portas na Alemanha, na Espanha e na Turquia, assim como no Chile, na Venezuela, no Peru, na Bolívia e em Cuba. Mas, em vez de sair ou de reduzir seus negócios no Brasil, só faz aumentá-los. Com um detalhe: 40% dos novos investimentos até 2013, de R$ 8,5 bi, vão para Norte e Nordeste.
Não é um fato isolado. Há meio século, Juscelino Kubitschek inaugurou Brasília no Planalto Central pensando na integração física, política e econômica do país. O Nordeste, porém, manteve os estigmas, o flagelo da seca e os paus-de-arara rumo ao "sul maravilha".
Isso está mudando. Norte e Nordeste não escapam do ciclo virtuoso nacional de quase 20 anos. Com taxas de crescimento superiores à média, tornam-se mercados apetitosos e atraem investimentos.
A impressão é que o mundo está descobrindo um Brasil para além de Rio e São Paulo e mirando o Nordeste. Quem conversar com um, dois, três embaixadores, se prepare. Todos vão comentar o crescimento sobretudo nordestino e fazer mil e uma perguntas sobre a região.
O da Itália acaba de voltar do Pará e do Maranhão. O da Coreia do Sul, de uma maratona com empresários do seu país ao Nordeste. E, segundo o da Alemanha, boa parte dos 60 executivos que vieram com o presidente Christian Wulff tinham como foco projetos de infraestrutura no Nordeste.
Além disso, a Embaixada dos EUA teve ação decisiva para a abertura de voos entre capitais nordestinas e norte-americanas. E não só por causa do trânsito de turistas.
Se algum desavisado chegar a Fortaleza, Recife, João Pessoa... pode repetir o vexame de Lula na Namíbia: "Tão limpinho, nem parece o Brasil!". Isso é só um reflexo.
Atacada a desigualdade regional, é hora de aprofundar o combate estruturante à desigualdade social. Esta continua uma vergonha, não do Norte e do Nordeste, mas nacional. A luta continua!
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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