Corte deve calcular penas dos oito deputados e ex-deputados culpados, entre eles
Jefferson, Valdemar e João Paulo Cunha
André de Souza
BRASÍLIA - Na primeira semana de julgamento do mensalão - cujas sessões serão
retomadas hoje - depois da badalada cerimônia de posse do ministro Joaquim
Barbosa como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a Corte vai calcular
a pena dos deputados e ex-deputados considerados culpados. Barbosa, que também
é o relator do mensalão, deixou para o fim a dosimetria os oito parlamentares
que foram corrompidos para atender aos interesses da quadrilha. Entre eles
estão o ex-deputado e delator do esquema, Roberto Jefferson (PTB-RJ), e os três
que ainda têm mandato hoje: Pedro Henry (PP-MT), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e
João Paulo Cunha (PT-SP).
Também estão na linha de frente os ex-deputados Pedro Corrêa (PP-PE), José
Borba (PMDB-PR), Bispo Rodrigues (PL-RJ) e Romeu Queiroz (PTB-MG). Além deles,
o Supremo ainda não definiu a pena do ex-tesoureiro informal do PTB, Emerson
Palmieri.
Outra questão polêmica pendente diz respeito à perda de mandato dos deputados
que ainda estão na Câmara. À lista, deverá ser acrescido o nome do
ex-presidente do PT José Genoino, que já foi condenado a seis anos e 11 meses
de prisão pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha. Suplente,
ele poderá assumir o mandato no ano que vem no lugar do deputado Carlinhos
Almeida (PT-SP), que foi eleito prefeito de São José dos Campos.
Ainda não está certo se os ministros vão determinar a perda imediata do
mandato ao final do julgamento. Alguns parlamentares entendem que decisões desta
natureza são exclusivas do Congresso. Mas para decidir essa questão já nesta
semana, os ministros do STF vão ter que ser mais céleres. Na última sessão, na
quarta-feira, eles definiram a dosimetria de 11 crimes atribuídos a cinco réus.
Nesta semana, serão 19 crimes, distribuídos por nove réus. Como na
quinta-feira haverá a posse do novo ministro da Corte Teori Zavascki, só haverá
duas sessões para o mensalão: a de hoje e a de quarta. Assim, a perda de
mandato deverá ser decidida apenas em dezembro.
A expectativa é que o julgamento termine no início de dezembro. Mas até a
prisão efetiva dos condenados, é preciso esperar ainda a publicação do acórdão
e a análise dos recursos que a defesa deve apresentar. Na previsão de um
ministro do STF, prisão só no início de 2014.
Fonte: O Globo
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