Leonencio Nossa
BRASÍLIA - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, encabeça a lista de
possíveis convocados pelo Senado para dar esclarecimentos sobre a atuação de
criminosos em órgãos públicos, revelada pela Operação Porto Seguro, da Polícia
Federal (PF). Ainda podem ser convocados o advogado-geral da União, Luís Inácio
Adams, e a ex-chefe de Gabinete da Presidência em São Paulo Rosemary Nóvoa
Noronha - demitida no sábado pela presidente Dilma Rousseff.
Hoje, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) protocolará na Comissão de Constituição
e Justiça pedido para convocar Cardozo. "O ministro ou outra pessoa que a
presidente quiser deve falar sobre as providências tomadas", afirmou.
"O ministro, aliás, deveria se oferecer para falar". Segundo a
assessoria do Ministério da Justiça, Cardozo só irá ao Congresso se convocado.
Simon avalia que o escândalo no escritório da Presidência em São Paulo é
"grave demais", que ocorreu na "alma do governo". Mas diz
que o Congresso não tem condições de propor uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI). "Seria muita coragem e cara de pau pedir CPI depois do
vexame da comissão do Cachoeira", disse. O deputado Odair Cunha (PT-MG),
relator da CPI que investiga o contraventor Carlos Augusto Ramos, pediu o
indiciamento de adversários do governo e deixou de fora aliados.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) vai pedir à Comissão de Fiscalização
Financeira e Controle para ouvir Rosemary e Adams. Diz que a convocação de
Rosemary é o primeiro passo para o Senado entender a dimensão do caso.
Argumenta que o advogado-geral deve esclarecer sobre a atuação no esquema do
advogado José Weber Holanda, da Advocacia-Geral da União, "auxiliar
direto" de Adams. O senador pedirá à PF cópia dos autos do inquérito que
não estão em segredo.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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