Tarifa de metrô e trem de São Paulo costumam subir em fevereiro
Gustavo Uribe
Apelo. Alckmin disse que vai avaliar com "boa vontade" o pedido para ajudar a segurar a inflação
SÃO PAULO - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, admitiu ontem que poderá atender o pedido do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e deixar para abril o reajuste das tarifas do metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), serviços que historicamente têm os preços corrigidos em fevereiro.
Como fizera na quarta-feira, quando confirmou que o governo federal tinha pedido para que adiasse para o segundo trimestre o aumento das passagens do metrô e dos trens, Alckmin fez suspense e disse que ainda não há uma decisão. Mas comprometeu-se a verificar a questão com "boa vontade".
- Vamos avaliar a hipótese de não fazê-lo (o reajuste) no primeiro trimestre, para ajudar a segurar a inflação. Não tem ainda uma decisão tomada, mas vamos levar em consideração o apelo do Ministério da Fazenda e verificar para quando vamos transferir ( o reajuste) - disse o governador de São Paulo.
Reservadamente, assessores de Alckmin dizem que ele, de fato, está considerando a ideia de postergar os reajustes. As passagens dos transportes administrados pelo governo paulista são corrigidas anualmente, sempre em fevereiro. No ano passado, as tarifas do metrô paulistano e da CPTM foram reajustas em 12 de fevereiro, passando de R$ 2,90 para R$ 3.
A tolerância do governo federal com a inflação - que fechou 2012 em 5,84%, pelo segundo ano seguido, mais próxima do teto do que do centro da meta de 4,5% - e o afrouxamento da disciplina fiscal têm sido muito criticados pelos analistas econômicos, e também por parlamentares da oposição, especialmente do PSDB, partido de Alckmin, no Congresso Nacional.
Na quarta-feira, o governador tucano confirmara publicamente que, como aconteceu com o prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), o governo federal também lhe pedira para segurar os reajustes do metrô e do trem.
O mesmo pedido foi feito ao prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), que, como Haddad, já decidiu deixar para junho o reajuste das tarifas de ônibus municipais. Alckmin, contudo, continua dizendo que analisa a questão.
O governador paulista ainda negou que lhe tenha sido oferecida alguma compensação por parte do governo federal em troca do adiamento dos reajustes no estado.
- Não tem nenhuma troca, foi apenas uma conversa com o ministro da Fazenda, que exteriorizou uma preocupação com o pico inflacionário no início do ano. E que, se (o reajuste) fosse após o primeiro trimestre, ajudaria a diluir e evitar esse pico inflacionário. Não tem nada em troca e nós não decidimos ainda. Nós vamos verificar isso com boa vontade - afirmou.
Outros preços não serão afetados
Segundo Alckmin, o pedido do governo federal também não envolve outras áreas com preços administrados pelo estado.
- Foi exclusivamente à área de mobilidade urbana. Nós não pretendemos fazer nenhum reajuste, por exemplo, na Sabesp (estatal de saneamento) neste momento - explicou.
Fonte: O Globo
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